POV Zadock
Os fios do vestido rasgado dela ainda pendiam de forma horrenda quando saímos do banheiro masculino. Mármore, água fria pingando de uma torneira impaciente, perfume de jasmim misturado à minha raiva: o palácio inteiro tinha cheiro de poder disfarçado, algo que eu reconhecia muito bem.
Caliana caminhava ao meu lado com os braços cruzados sobre o peito para segurar o tecido, o queixo erguido por teimosia, não por força. Eu não a levaria de volta ao salão assim. Troféus não aparecem em público amassados.
— Anda! — Levei-a por um corredor de serviço estreito, com portas de manutenção e lâmpadas de emergência que deixavam tudo completamente diferente do ambiente que estávamos antes. — Vamos resolver seu figurino.
No fim do corredor encontrei uma antessala com espelho veneziano, uma poltrona baixa e uma porta que dava para uma ramificação lateral do salão principal. Daquele ângulo, eu enxergava o fluxo sem ser visto. Procurei com os olhos o que me interessava: proporção, altura,