— Você é um monstro, desgraçado! – grunhiu.
— Eu sou um resultado. — toquei de leve o queixo dela — E você vai aprender a diferença.
O motorista abriu a porta. Ela olhou para a escuridão do banco traseiro como quem encara a garganta de um animal. Tentou o último recurso, o de sempre:
— Só mais um minuto. — apontou para nada — Acho que deixei meu… meu batom.
— O que você deixou foi a ideia de que manda em si mesma. — segurei-lhe a mão, empurrei-a com gentileza firme para dentro — Eu devolvo quando você souber usar.
A porta fechou como o suspiro de um cofre. O carro deslizou pelo asfalto molhado e a cidade passou em reflexos curtos nos vidros fumês. Aayush estava no banco da frente, discreto.
— Ala leste. — ordenei. — Fechem as saídas secundárias. Avisem a segurança que a casa tem hóspede novo. E pode ser fujão.
— Sim, senhor. — Aayush digitou, sem questionar.
— Hóspede? — Caliana riu, sem humor. — Você quer dizer… prisioneira.
— A palavra é curadoria. — recostei-me no banco, apoiando o