A dança, o troféu (IV)

— Você é um monstro, desgraçado! – grunhiu.

— Eu sou um resultado. — toquei de leve o queixo dela — E você vai aprender a diferença.

O motorista abriu a porta. Ela olhou para a escuridão do banco traseiro como quem encara a garganta de um animal. Tentou o último recurso, o de sempre:

— Só mais um minuto. — apontou para nada — Acho que deixei meu… meu batom.

— O que você deixou foi a ideia de que manda em si mesma. — segurei-lhe a mão, empurrei-a com gentileza firme para dentro — Eu devolvo quando você souber usar.

A porta fechou como o suspiro de um cofre. O carro deslizou pelo asfalto molhado e a cidade passou em reflexos curtos nos vidros fumês. Aayush estava no banco da frente, discreto.

— Ala leste. — ordenei. — Fechem as saídas secundárias. Avisem a segurança que a casa tem hóspede novo. E pode ser fujão.

— Sim, senhor. — Aayush digitou, sem questionar.

— Hóspede? — Caliana riu, sem humor. — Você quer dizer… prisioneira.

— A palavra é curadoria. — recostei-me no banco, apoiando o
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