Capítulo 4

Eu sentia minha garganta seca, e o calor me envolvia. O suor descia por minha testa e as lembranças voltaram como uma onda gigante em minha mente.

Garras. Me perfurando.

O nome Darius Evehart queimando em minha mão. Olhos de Cornalina.

E um beijo selvagem...

Abri os olhos sobressaltada, apenas para me deparar com um quarto mal-iluminado.

Eu estava deitada em uma cama de dossel ampla, lençóis de seda negra me envolviam.

— Você dormiu bastante. — a voz masculina me fez virar o rosto de imediato.

Darius estava sentado em uma poltrona perto da lareira luxuosa. As paredes eram de pedra e parecia que eu estava em uma torre.

Não...a torre do príncipe Dragão. Onde todos diziam que ele vivia isolado.

O príncipe fitava as chamas da lareira e usava calças de couro pretas.

Seu abdômen tonificado estava visível. Seus braços descansavam despreocupadamente sobre a poltrona, ele segurava uma taça cheia de vinho.

Aos seus pés havia duas garrafas vazias de vinho, em seu colo, presa no meio de suas pernas musculosas, uma garrafa pela metade.

Engoli em seco me lembrando do Dragão negro que queimou minha alcateia.

Tentei sair da cama, mas só então notei as correntes...

Eu estava acorrentada na cama pelas mãos e tornozelos e usava uma camisola de seda preta.

Não quis perguntar como aquilo foi colocado.

Mas Nyra começou a imaginar o príncipe nos vestindo.

— Você me sequestrou e me acorrentou? É um verdadeiro canalha! — gritei.

Preciso fugir dele. Falei para Nyra.

Se fugir dele, se tentar rejeitá-lo ficando longe, eu irei enlouquecer. Ela me alertou.

Eu sabia disso, sabia o que rejeitar a escolha de Selene significava.

Mas como a deusa poderia escolher o príncipe que matou os meus pais? Eu não suportava olhar para ele.

Ah você suporta sim. E gosta.

Quieta! Gritei mentalmente.

— Ela deve ter sorrido ao decidir que minha companheira é uma escrava, uma que eu mesmo condenei a escravidão ao matar sua alcateia. — sua voz estava repleta de escárnio. Ele virou a taça bebendo um longo gole.

Ele estava se divertindo com o fato de ter tirado tudo de mim?

— Por que estou acorrentada? — rosnei para ele.

Se eu não poderia contar com a ajuda de um companheiro, eu mesma deveria fugir com Nico. Ele era filho de um alfa.

Antes que pudesse xinga-lo por me sequestrar e acorrentar, a porta do quarto foi aberta.

Um homem mais alto que Darius surgiu.

Seus cabelos eram longos e negros como a noite, com uma trança presa no topo de sua cabeça. Seu olhar azul era gélido como aço.

Ele me encarou por alguns segundos e seu maxilar se contraiu ao descer o olhar para a maldita camisola que era curta demais.

Fechei as pernas com força.

— Devia aquecer sua companheira, Darius, e não acorrentá-la na cama. — o macho disse e sua voz era imponente como a de Darius.

Darius respiro fundo, e seus dedos se fecharam tão forte ao redor da taça que ela se quebrou.

— O que eu posso fazer? Ela tentaria fugir assim que abrisse os olhos. E eu não estou com paciência para crises histéricas de fêmeas ao perceber que essa torre é uma prisão.— ele rosnou e se levantou.

Kael Evehart. O príncipe Dragão herdeiro. O próximo rei Dragão cruzou os braços e encarou Darius.

— Aqui não é uma prisão. É uma torre de proteção para você. — disse e percebi que ele escolhia com cuidado as palavras.

Darius riu e pegou outra garrafa de vinho, tomando um longo gole.

— Proteção? Prisão. Diga o que de fato é. E você, Mary, está presa nessa torre comigo. — O macho zombou, seu olhar de fogo estreito.

Kael não olhou mais em minha direção e se dirigiu ao irmão como se eu não existisse.

Ele olhou para as garrafas vazias de vinho pelo chão e seu olhar de censura era frio.

— Acha que irá recuperar o que perdeu bebendo sem parar? É tão fraco assim? — sua voz era cortante.

Darius se levantou e percebi que a diferença de altura era mínima. Ele olhou nos olhos de Kael como se quisesse cortá-lo em pedaços.

— Recuperar o que perdi? Sabe quem ela é? Sabe irmão?— ele questionou e apontou em minha direção.

Kael não olhou para mim, ao invés disso, pronunciou:

— Eu sei a qual alcateia ela pertencia.

— Se sabe, é um tolo de acreditar que ela pode me amar. — Darius anunciou, e se voltou para se sentar.

Eles conversam como se eu não estivesse ali.

Sacudi as correntes.

— Me solte! Essas correntes são de prata, estão me queimando! — gritei.

Darius sequer se moveu, mas Kael se encaminhou em minha direção e abriu as correntes com facilidade.

Me levantei da cama e sem pensar duas vezes, corri em direção a porta, mas fui agarrada pela cintura por mãos fortes.

— Me solte! Seu monstro! Me solte! — gritei e me debati contra os braços de Darius, que me seguravam com força.

— Eu disse que não estava com paciência para ataques histéricos. — ele murmurou impaciente.

Continuei me debatendo, até que o macho se sentou e me obrigou a sentar em seu colo.

Kael olhou em meus olhos, então seu olhar seguiu para Darius.

Algo aconteceu entre eles.

— Você acha? — Darius disse de repente.

Eles estão conversando por telepatia de Dragão. Nyra disse.

— Você não perde nada por tentar, irmão. Mas seja gentil. — Kael Evehart disse e saiu do quarto nos deixando sozinhos.

Darius se levantou e me arrastou até a cama, prendendo-me com suas mãos e seu peso.

— Saia de cima de mim. — minha visão já estava turva com as lágrimas.

Darius se inclinou e sussurrou em meu ouvido:

— Não vai doer, tanto...

Seus dentes afiados se cravaram em meu pescoço e eu gritei com a dor alucinante.

Sigue leyendo este libro gratis
Escanea el código para descargar la APP
Explora y lee buenas novelas sin costo
Miles de novelas gratis en BueNovela. ¡Descarga y lee en cualquier momento!
Lee libros gratis en la app
Escanea el código para leer en la APP