Meu coração batia como um louco. Martelando contra as minhas costelas.
Enquanto o príncipe Dragão me segurava com mais força contra seu corpo musculoso. Seus olhos faiscando sobre mim. E como se quisesse me provocar, ele inspirou profundamente fechando seus olhos por alguns segundos. Em seguida o macho se inclinou e sussurrou em meu ouvido: — Seu aroma é delicioso, Mary. Retiro o que disse anteriormente, você não cheira como uma escrava. Seu olhar vermelho fixo em cada centímetro de mim fazia Nyra se deliciar em minha mente. Ela clamava por ele, clamava para ser possuída pelo Shifter Dragão. Ele é nosso companheiro. Abrace-o. Beije-o. Ela gritava em minha mente. Companheiro? Assassino. Assassino. Mas mesmo que eu repetisse isso para ela com raiva, quando Darius se inclinou até seu rosto estar profundamente enterrado em meu pescoço, eu senti minhas pernas fraquejarem. — Vamos fêmea, porque resistir ao que eu sinto o cheiro que você quer. Serei gentil...ou quase isso. — ele murmurou contra a pele do meu pescoço. Eu sentia seu hálito quente...sentia o aroma do vinho. Sentia o seu aroma apimentado e masculino. Oh, pela deusa... não. Eu não podia me entregar ao Dragão assassino. Suas mãos percorreram o meu corpo, seu toque deixava uma trilha de fogo pela minha pele. Minha respiração estava entrecortada, e minhas próprias mãos me traíam, acariciando seus braços torneados. De modo abrupto, o príncipe segurou as minhas pernas, as abrindo com os joelhos, me obrigando a envolver minhas pernas ao redor de sua cintura. Eu estava agora em seu poder com as minhas pernas entrelaçadas em sua cintura, seu membro rígido na calça pressionando minha entrada. Apenas o tecido fino da calcinha e de seu jeans nos separavam. Todo o meu corpo parecia tomado pela fúria daquele sentimento. O desejo cru e incontrolável que consumia cada centímetro de mim. Gemi em seu ouvido quando seus lábios tocaram o meu pescoço. Seus lábios estavam tão quentes e seu beijo selvagem, que enviava correntes elétricas por todo o meu corpo. Eu quase não percebi que Darius estava abrindo seu jeans, ele os tirou em um segundo, ficando apenas de cueca. Suas pernas eram quentes e torneadas, fortes como todo o resto dele... Seus olhos vermelhos me fitaram, e notei que suas mãos tremiam sobre as minhas pernas. Eu ouvia o seu coração batendo tão forte quanto o meu. Nyra clamava por ele, suplicando para que me mordesse. Quando fixei meu olhar naquele olhar de fogo, vi sua cauda de Dragão surgindo atrás de si. Uma cauda negra, bem menor do que aquela noite... O fogo. Os gritos. O cheiro repugnante de carne e cabelos queimados. Tudo retornou de uma só vez em minha mente e meu estômago se revolveu. — Não! Não me toque! — rosnei para ele e usei toda a minha força para empurrá-lo. O príncipe caiu no chão com estrondo e eu me levantei em um salto. — Eu o rejeito como companheiro! E sim, eu sei das consequências de ir contra o vínculo de companheiros decidido pela deusa. Mas eu prefiro enlouquecer a ter você companheiro! — cuspi as palavras. Sentia meus olhos arderem, as lágrimas descendo dolorosas. Darius se ergueu do chão, seu enorme corpo parecia ainda maior, sua cauda maior e negra como a noite se movia atrás dele. Sua expressão era enigmática, mas sua voz quando falou foi imponente e perigosa. — Por que está resistindo? Está com medo de min como todos os outros? — Medo? Eu tenho repulsa de você Darius Evehart. — falei o encarando. Cinco anos de escravidão por causa dele. Toda a minha família e todos que amava mortos. — Por que parece que me odeia? Você nem me conhece, fêmea. Me olha como se eu fosse um maldito verme! — ele disse entredentes. Meu coração estava ardendo em chamas. — Por que eu odeio. Odeio com todo o meu coração. Darius respirou fundo e eu vi seus dentes de Dragão se alongarem, escamas azul escuro reluzirem sutilmente em seu pescoço. Subindo lentamente para o seu rosto. — Você é muito ousada para uma simples escrava. Mas deve estar tão confiante acreditando que eu não mataria minha companheira com medo da maldição da loucura imposta pela deusa por rejeitar um companheiro. — ele sugeriu. Seu olhar fixo em mim. Antes que eu pudesse responder, Darius acertou a madeira que sustentava o dossel da cama. Suas garras partindo a madeira escura ao meio. Seu gesto repentino me fez saltar para trás. — Você não é tão corajosa quanto quer que eu pense, não é? — ele insinuou, seu sorriso com dentes como navalhas uma visão sinistra. Cerrei os punhos. — Eu acredito que você tem coragem de matar qualquer um. Eu já o vi queimar crianças. — acusei. Sua expressão mudou de escárnio para algo que pareceu ser vergonha e arrependimento. Mas isso não era possível. Ele não tinha um coração. — Você se acha melhor do que eu por causa das coisas que fiz no passado? Você fala da alcateia que queimei? Me considera indigno para você — Sua voz era cortante e seu olhar sobre mim perigoso. Levantei o queixo. Eu queria feri-lo. Mesmo que fosse apenas com palavras. — Você não é mais digno do que um verme. De repente, seus olhos vermelhos começaram a mudar. Se tornando mais vermelho e ardentes. Meu coração voltou a acelerar ao ver seu rosto se transformar. Sua cauda começou a aumentar e seu corpo se parecer com o de um dragão cada vez mais. Sua pele assumiu escamas, seu corpo assumiu um tom profundo de obsidiana. Darius estava em uma metamorfose assustadora a minha frente e eu me virei para correr. Antes que pudesse alcançar a porta, o teto sobre nós caiu com o enorme tamanho do Dragão negro de dentes de espada atrás de mim. Suas patas enormes e garras me agarraram pela barriga, me ferindo profundamente. Eu gritei com a dor e o sangue quente descendo. Mas nada se comparou ao terror de perceber que meu corpo estava sendo içado aos céus. Darius estava me sequestrando. Em minha mente sua voz irrompeu. Você me pertence, Mary. Não... Eu seria escrava do príncipe que matou meus pais? E meu irmão Nico? Eu não podia deixá-lo sozinho. Foi meu último pensamento antes de tudo escurecer.