A cena se passa após a cerimônia de união, quando finalmente os dois têm um momento só deles, longe dos olhos da alcateia, agora como Rei e Rainha.
A noite caíra espessa sobre o novo território. A lua cheia pendia alta no céu como uma testemunha silenciosa do que se tornaria lenda. Dentro da caverna sagrada, onde as rochas formavam paredes esculpidas pelo tempo, apenas tochas acesas lançavam sombras dançantes sobre as peles estendidas no chão.
Aurora estava ali, de pé, diante do espelho d’água que refletia a luz prateada da lua. Sua respiração estava presa no peito. O vestido cerimonial deslizava pelos ombros como se tivesse vontade própria, revelando aos poucos sua pele marcada pelo símbolo antigo que agora brilhava com mais força.
Darius entrou em silêncio, os passos felinos, o olhar queimando de desejo contido. Ele a observou por alguns segundos, como se estivesse diante de algo sagrado. E de certa forma, estava.
— Está linda — disse ele, a voz rouca, quase reverente.
Aurora virou-