A noite chegou mais silenciosa do que o habitual. Nenhum uivo, nenhum farfalhar de cauda entre os arbustos. A alcateia parecia suspensa no tempo — como se o próprio mundo soubesse que algo estava prestes a mudar.
Aurora ficou de pé diante da janela, os olhos perdidos no breu da floresta. O vento gelado batia contra sua pele, mas ela mal sentia. Sua mente estava tomada por lembranças: o toque de Darius, sua voz rouca dizendo “você é meu lar”… e a dor em seus olhos quando ela perdeu o controle.
Ela não podia deixá-lo passar por isso de novo.
Seus dedos apertavam um pedaço de pergaminho, onde as palavras ainda estavam frescas, rabiscadas com pressa, mas carregadas de sentimento.
Colocou a carta sobre a mesa de madeira onde Darius costumava deixar seus mapas. Um lugar onde ele a encontraria. Um lugar impossível de ignorar.
"Darius,
Você sempre foi o único lugar onde meu coração descansou. Meu lobo reconheceu o seu antes que eu mesma soubesse o que sentia.
Mas agora… eu sou um perigo. Algo