Roberta:
Tento abrir os olhos, mas os mesmos pareciam presos. Quando consigo abrir uma pequena fresta, vejo tudo embaçado e escuto vozes longe, como se eu estivesse em um sonho.
Fecho os olhos novamente e acordo no susto, levantando meu tronco e respirando fundo, como se estivesse privada de o fazer.
Estabilizo a respiração e sinto uma mão leve em meus ombros, olho para o dono e, assim que vejo seu rosto aflito (porém aliviado por me ver acordar), lembro de tudo que aconteceu.
— Você está bem? — questiona ele.
— Mais ou menos… minha cabeça dói — passo a mão na mesma.
— Você bateu a cabeça…
— Foi um sonho?
— Depende do que.
— Sendo sequestrada, Miranda me agrediu, eu caindo, batendo a cabeça.
— Não foi um sonho.
— Faz muito tempo que fiquei dormindo?
— Quase 12 horas. Você desmaiou, os médicos te analisaram, tiveram que te estabilizar, teve duas paradas cardíacas.
— Mas estou bem, certo? — pergunto a ele, mas na hora entra a médica.
— Sim. Porém, sua gravidez é de risco — diz ela.