Os dias seguintes foram um tormento silencioso para Nora. Andrew continuava se comportando como se nada tivesse acontecido, como se seu desmaio tivesse sido apenas um deslize insignificante e não um sinal claro de que seu corpo estava cedendo. Ele evitava o assunto sempre que ela tentava trazê-lo à tona, mergulhando ainda mais fundo no trabalho, nas reuniões e nas estratégias para garantir que ninguém tomasse o que era dele.
Mas Nora via. Via como ele ficava cada vez mais pálido, como a exaustão se instalava em seu olhar mesmo quando ele tentava esconder. Via a maneira como ele apertava o maxilar quando uma dor inesperada o atingia e como suas mãos tremiam levemente quando achava que ninguém estava olhando.
E tudo isso estava matando-a por dentro.
Naquela noite, ela o encontrou no escritório de casa, como sempre, enterrado em pilhas de documentos e telas de computador, a luz do abajur projetando sombras duras em seu rosto. Ele estava sentado à mesa, tenso, o olhar fixo na tela como se