— Fica em paz, filha. Vai dar tudo certo. Se precisar de qualquer coisa, me liga — disse tia Cleide, me abraçando.

— Vou ligar todo dia. A Vitória vai querer ouvir sua voz — respondi, triste.

Tinha chegado a hora de ela seguir para outro estado e passar um tempo com os filhos. Nos últimos meses, eu me acostumara com sua companhia e não consegui evitar chorar em seus braços. Tia Cleide sempre me apoiara, esteve ao meu lado nos momentos mais difíceis. Agora, eu me sentia um pouco mais sozinha sem sua presença.

— Quando tiver a data do casamento, me avise. Preciso ver com a Aninha como escolher um vestido bonito e digno de um castelo.

— Não exagera.

— Tem que exagerar sim! — ela disse, rindo. — E vê se fica longe desse bando de gente doida. Eu confio no Eduardo e no Antônio para cuidar de você, mas não confio nos outros. Sei que tudo se resolveu, mas mantenha distância.

— Vou manter distância, não se preocupe. Mas eu também sei cuidar de mim — falei, dando um último abraço.

Tia Cleide se