O hospital da alcateia estava silencioso demais.
As luzes suaves refletiam nas paredes claras, o cheiro de ervas medicinais misturado ao de sangue antigo ainda pairando no ar. Dante permanecia desacordado na cama, o corpo coberto por faixas e curativos que já começavam a se fechar sozinhos, a pele se regenerando num ritmo impossível para qualquer humano.
O peito subia e descia de forma lenta, forte.
O alfa estava vivo, mesmo machucado.
Sandra não saía de perto dele. Estava sentada ao lado da cama desde que o trouxeram da floresta, segurando a mão dele com força, como se pudesse impedir que ele acordasse e descobrisse algo que ela não queria que fosse descoberto. Seus olhos estavam vermelhos, o rosto abatido, parte daquilo era real. Ver Dante naquele estado havia mexido com ela de verdade.
Mas outra parte… Era puro cálculo.
Queria ser a primeira pessoa que ele visse quando acordasse.
“Assim, quem sabe ele entenda que eu sou melhor do que aquela maldita humana…”, pensava, olhando para