O silêncio era profundo na mansão naquela noite, quebrado apenas pelo som distante da chuva fina batendo contra os vitrais antigos. Enrico caminhava pelos corredores de mármore como uma sombra — elegante, impassível, com o coração pulsando de forma incomum. Ele havia enfrentado traições, guerras entre famílias, perda, dor. Mas nada o deixava tão inquieto quanto a pequena presença que, aos poucos, tomava conta de sua vida: **Giulia**.
Desde que ela surgira naquela casa como babá de Giacomo, algo havia mudado. Sua doçura contrastava com a rigidez do ambiente. A luz que ela carregava era como uma afronta silenciosa à escuridão que ele mesmo cultivava — mas era exatamente por isso que ele a queria ao seu lado. Para protegê-la. Para mantê-la sua. E, naquela noite, ele tomaria a decisão final.
**Casar-se com Giulia.**
Não por conveniência, mas por desejo. Por possessividade. Por aquela estranha emoção que ele tentava enterrar cada vez que os olhos cor de mel dela o fitavam com inocência e m