Iara é uma mulher deslumbrante, charmosa e sedutora. Por onde passa chama atenção de todos, mas somente a maquiagem, joias e roupas atraentes podem esconder suas marcas do passado. Foi humilhada e desmoralizada por seu grande amor de infância o bilionário Rickson Johan, o homem mais poderoso de toda cidade de Lion e tudo se deu por conta de sua origem humilde. Filha de empregada, cresceu com o sonho de toda ou quase todas mulheres de se casar, formar sua família e ter filhos. Mas hoje em dia não, hoje em dia seus planos mudaram, o sonho de dona de casa ficou pra trás dando lugar a formação de moda e o compromisso de prometer a si mesma que nenhum homem iria humilhá-la e pisar em seu coração novamente. Joaquim mais conhecido como Joca é um homem correto, de alma pura, totalmente desprendido de riquezas e materiais mesmo sua família tendo dinheiro de sobra. Tendo a profissão de militar, é extremamente competente, mas a pose de durão só se vê por fora pois por dentro esconde a grande pessoa generosa e de um coração bondoso. Iara chega para abalar estruturas e tirar de uma vez por todas a vida monótona de Joca mas o que ninguém imaginaria é que Joaquim Trevor iria se apaixonar pela mulher mais fria e calculista que antigamente faria um par perfeito com o mesmo. Ele é amoroso. Ela fria. Ele é generoso. Ela calculista. Ele é casado. Ela A Amante.
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Mais um dia de merda. A mesma rotina de sempre. Acordar cedo, olhar para a cara de bunda da minha esposa, tomar um banho gelado e ir para o quartel. Estou contando os dias para isso tudo acabar.
A única coisa boa que tenho na minha vida é minha filha. Sim, sou pai de uma linda garotinha de cinco aninhos. Ela é uma criança doce, mas infelizmente é muito quieta e reservada. Não tem muitos amigos na escolinha, come pouco, dorme mais do que tudo, não interage com as crianças do condomínio, não fala faz dois anos, enfim, eu morro por dentro por vê-la assim. Faria de tudo para ganhar todos os seus sorrisos.
Não sei o que a prende de ser uma menina animada como quando nasceu. Rio com a lembrança. Desde os seus primeiros meses, ria para qualquer gracinha que eu fazia. Eram ótimos tempos.
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Deixo Liandra dormindo, vou em direção ao banheiro e tomo uma ducha bem quente, pois hoje é o dia mais frio do ano, o que é muito atípico, afinal, estamos no Rio de Janeiro.
Vim parar aqui depois de um acidente que sofri. Sou Tenente-Coronel do exército, ficava a frente do batalhão, mas fui afastado quando me acidentei em uma das operações que estive a frente, na verdade, não era para eu estar lá, mas fui de teimoso, arrisquei-me e agora trabalho na parte administrativa do exército.
Coloco uma blusa regata branca, casaco jeans, calças do mesmo tom, tênis de uma cor neutra e volto ao quarto procurando a minha mochila.
Ponho todo o meu equipamento na mesma, meu uniforme, celular, os meus blocos de nota, e deixo a arma na cintura. Como sempre deixo um recado de bom dia a minha mulher em cima da cômoda.Passo no quarto da minha filha, fico por um tempo velando o seu sono e saio de casa.
[...]
Chego no quartel cumprimentando a todos. Vejo os soldados já dispostos nos seus exercícios, fazem reverência quando passo e os saúdo de volta.
Troco de roupa rapidamente e vou para a minha sala, o local que passo a maior parte do tempo e que felizmente me traz paz e tranquilidade. Eu amo esse lugar.
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Já está na hora do almoço.
Ligo para um restaurante já conhecido a fim de pedir o meu almoço, carne assada com batata frita e um arroz branco soltinho.
Não quero voltar para casa e ouvir a voz de desprezo da minha mulher. Ultimamente sempre quando sou carinhoso ela rejeita-me, diz estar com dor de cabeça enfim, e nem comida aquela porra sabe fazer.
Mas o pior é que eu a amo, e sei que sou um trouxa por isso.
Nos conhecemos na adolescência. Eu tinha por volta dos 17 e ela 16. Estudamos juntos, pois eu tinha repetido um ano e acarretou de atrasar-me na escola. Influências dos amigos, palhaçadas na sala de aula, faltas, nunca te levam para frente.
Ela seguiu com os estudos fez faculdade de moda, mas não foi bem sucedida e essa é a maior frustração da sua vida.
Quando finalmente recebeu uma oportunidade de se destacar, e se mostrar como sempre quis, engravidou de Bibi. Foi tudo tão intenso e dramático para ela, que chegou a consumir vários comprimidos querendo se matar, mas felizmente cheguei a tempo e leva-la para o hospital, mas isso já é passado.
Os meus passos seguiram a carreira de militar, especificamente na corporação do exército, comecei de pequeno, estudei, passei no concurso, formei-me de todos os recursos que eu podia adquirir, e após tanto esforço eu consegui.
Sou de uma família rica, mas decidi desvencilhar-me deles por Liandra, eles não tinham o melhor convívio com a minha mulher e eu não entendo.
Eles nunca a trataram bem, sempre a deixaram de canto e por consequência disso os deixei. Hoje em dia os meus pais estão pela Europa, e os meus irmãos caçulas espalhados pelo mundo.
Faz alguns meses fui atingindo com um tiro, o que deu um problema na perna permanente. Na verdade, eu fiz fisioterapia e desisti pela falta de resultado.
Ando quase normal. É bem difícil perceberem a instabilidade das minhas pernas, só uma leve elevação da outra, mas nada que percebam, o ruim somente, é que não posso correr, pois, sei que as dores virão depois.
Quando faço exercícios pesados com a perna ela começa a latejar e às vezes de noite eu sofro com as dores agudas, ainda tomo remédio mesmo depois de tantos meses e só piora quando o tempo muda, parece que às vezes ela até avisa quando o clima esfria.
//
Algumas horas depois.
— Está na sua hora Joca.
Arthur meu superior me diz já preparado para ir embora.
— Já vou. Digo juntando alguns papéis da mesa.
Estou fisicamente cansado. O meu humor está péssimo, morreram mais três dos meus homens hoje na intervenção dessa cidade.
Penso na família que deixaram, todos eram casados e pais de família, isso é a maior merda, e o pior é eu não poder fazer nada para evitar, principalmente com esse governo que não nos ajudam em nada.
[...]
Mal chego em casa e já fecho os olhos perturbado pela gritaria. Como sempre Liandra reclamando e brigando com a nossa filha, descontando os seus problemas nela.
— O que foi Liandra?
Pergunto chegando na cozinha. A vejo inclinada na mesa de jantar com Gabriela encurralada na cadeira num perceptível olhar nervoso.
— Não há um dia que eu chegue aqui e você não está gritando e berrando?
Ela vira-se totalmente a mim.
— Sua filha Joaquim.
Fala rude largando o pratinho dela com tudo na mesa.
— Essa menina não come. Eu tento, tento tratar essa garota decentemente, mas adora irritar-me com as suas birras.
— Ela também é sua filha Liandra, não a trate com indiferença.
— Que seja! Esbraveja irritada. — Eu não pari 9 meses essa garota para ficar me desobedecendo e quer saber?
Se vira para a nossa filha e espalma as mãos no tampo da mesa.
— Não quer comer? Não coma.
Sai pisando duro me deixando frustrado. Olho para a minha filha que no mesmo instante desvia o olhar para o chão, odeio quando faz isso, sempre abaixa o olhar para todos.
— Filha... Ando calmamente até ela.
— Olhe para mim.Ela obedece.
— Nunca abaixe o olhar para ninguém.
Digo me agachando a sua altura.
— Você é linda, especial e uma garota incrível, não se ache inferior, nem fique acuada quando a sua mãe estiver nervosa. Ela é louca, às vezes se estressa mais quero que saiba que ela te ama.
Ela continua com o seu olhar impassível, me fitando como se o que eu dissesse não fosse direcionado a ela.
Respiro fundo fitando a comida espalhada pela mesa. Liandra não vê limites quando está perturbada, acabou com o jantar da garota.
— Papai vai fazer um sanduíche para você tudo bem?
Ela nega com a cabeça.
— Filha, você tem que comer. Suspiro pesado passando as mãos ao cabelo. — Porque você não fala o que esta acontecendo com você Gabriela? Não ouço a sua voz faz tantos anos querida, fala com o papai.
Peço num tom suplicante, porém ela não diz nada.
Continuo sentado no chão frio me sentindo um merda. A minha maior razão está na minha frente, triste, abalada por algo que eu não sei, sem falar por muitos anos, quieta, sozinha no seu canto. Que espécie de pai que sou? Não consigo cuidar da minha própria filha.
De repente sinto o seu aperto no meu pescoço.
Surpreso retribuo envolvendo minhas mãos no seu corpinho miúdo.
— Desculpa meu amor.
Digo abalado pensando nas nossas vidas, não somos uma família feliz que se vê pelos comerciais na televisão, muito menos há que eu sonhei para mim. Não temos o melhor apartamento, nem o melhor carro. Não possuímos de empregada, passamos por um aperto momentâneo pelo dinheiro não estar dando vazão.
Eu recebo bem, tenho o dinheiro da indenização e também o que eu ganho trabalhando na parte administrativa.
O problema são os altos custos elevados da nossa vida. Moramos num condomínio caro. Tem os gastos mensais de toda a família, bom, achava que era o suficiente.
Dou praticamente todo o meu pagamento a minha mulher, ela quita as dúvidas só que mesmo assim estamos no vermelho.
Sinto a minha pequena beijar a minha bochecha num gesto carinhoso.
Ela afasta-se, ergo o meu olhar para o seu dando um sorriso de canto. Bibi me j**a o seu olhar doce e se vai saindo do meu campo de visão.
Sozinho, levanto abatido por tudo que aconteceu.
Ando até a cozinha, pego o saco de pão de forma, queijo, presunto, maionese, alface e tomate. Faço três sanduíches. Ponho suco de laranja e sento-me na bancada. Como um dois sanduíches,
já que Liandra nunca faz jantar e se faz sai uma porcaria.Acabo o meu lanche. Pego o copinho da minha filha, encho de suco, ponho numa bandeja com os dois sanduíches e ando até o quarto dela.
Abro a porta devagar e vejo que já está dormindo. Deixo a bandeja em cima da cômoda, ando até ela e a cubro com o cobertor que somente estava envolvendo 2/4 do seu corpo.
— Durma bem meu amor.
Dou-lhe um beijo casto na sua bochecha. Mantenho a luz acesa, pois sei que tem medo do escuro e saio indo em direção ao meu quarto.
Tiro a minha camiseta, calças, meias e sapato. Espreguiço cansado e acabo por ouvir o barulho do chuveiro.
Ando até o banheiro afim de tomar banho com a minha esposa, mas, ao mesmo tempo, a porta se abre bruscamente e vejo que esse não é o melhor momento.
Usa uma toalha azul não muito curta ao corpo. Passa direto por mim e vai em direção ao armário.
A deixo a vontade e vou tomar o meu banho irritado. Hoje foi uma puta de um dia de merda. Só quero relaxar no meu chuveiro quente e rezar para que dias melhores cheguem.
Iara LaurenRelaxo pensativa ao tomar meu café da manhã, estou tão feliz que às vezes nem sei como fiz para merecer tantas bençãos em minha vida. Meu bebê nasceu, é uma menina linda, é a perfeição em forma de miniatura, uma cópia perfeita de Joaquim. Ela tem os cabelos pretos e os olhos iguais ao do pai. É a coisa mais linda que eu já vi.Tantas coisas aconteceram tantas coisas se passaram e olhando lá atrás eu posso dizer que eu não tiraria nenhuma vírgula se quer, do que aconteceu comigo. Mesmo as coisas ruins, elas servem de aprendizado e todas elas me fizeram enxergar que eu valia a pena, que eu sempre mereci ser feliz e que eu posso fazer muito mais por mim e pelos outros. A vida me ensinou isso e sou extremamente grata a ela.Afinal tudo se ajeita.Tenho minha casa com meus três filhos e um marido que eu amo de paixão. Minha mãe bem de saúde na medida do possível. Meu pai também está bem. Aliás, desconfio que esteja se relacionando com ela mas nunca cheguei para eles e perguntei,
Joaquim TrevorEu estava literalmente absorto, como um peixe fora d'água. Com as mãos fincadas nos cabelos, andava de um lado para o outro com vários pensamentos me rodeando, pensamentos como... Ela está bem? Será que precisa de mim? Porque grita tanto assim?—Ah!!!!Meu coração aperta com mais um grito seu. Médicos e enfermeiros andam de um lado para o outro talvez se perguntando porque esse idiota está todo equipado, com toda essa proteção para entrar na sala de parto, e não entra, está aqui, nervoso, tímido e parado como dois de paus. O problema é que estou a meia hora pensando se entro ou não, se vou mais atrapalhar do que ajudar. Quando Bibi nasceu eu não pude assistir o parto, foi tudo muito rápido. Mas tenho essa oportunidade hoje, eu não posso deixar a Iara na mão, é seu primeiro filho de muitos que eu sei que vamos ter, sei que deve estar amedrontada. Não posso ficar aqui parado, preciso ajudar ela de alguma forma. Decido entrar. Assopro as mãos, respiro fundo e abro a porta.
Iara LaurenOk, ele desmaiou. Na minha sala, no meu tapete branco felpudo. Meu coração palpita, e levo a mão ao peito. Joaquim vem de socorro a mim, em uma pressa sem igual. Sento ao canto do sofá. Minha face mal se move, estou surpresa e impactada.—Toma loira, bebe um pouco. -bebo a água devagar, pouco a pouco. —Não foi por mal, nem passou pela minha cabeça que esse cara estaria aqui, não queria te assustar.—Me assustar? -olho bem brava. —Você me deixou puta! Porra Joaquim! -deixo o copo a mesa. —Meu tapete caralho!Por um momento continua olhando sem reação, ao segundo momento deixa um pequeno sorriso expressar, ao terceiro gargalha forte. Não consigo, juro que me esforço mas solto uma risada estridente logo em seguida.Não sei quantos segundos ou talvez minutos eternos ficamos ali parados, rindo, mas rindo mesmo, estridentes e vergonhosamente estranhos, como dois amigos e confidentes, com olhares de cumplicidade.—Você é tão linda grávida. -ainda sorrio, porém um pouco mais fr
Eduardo guimarãesMeu nome eduardo guimarães sou médico atuante. Meu sonho sempre foi ser médico. Digo que essa é a profissão mais linda, vivo a dizer que essa é a melhor profissão de todas pois em um momento de saúde fragilizada somos nós quem irá lhe proteger, quem irá cuidar de você. Ddzem muito sobre os professores o qual a classe que eu respeito e admiro bastante mas cuidar do ser humano, de uma alma necessitada, de um enfermo...Iara está a semanas de finalmente dar a luz, eu estou em êxtase. Hoje é o dia de seu aniversário, e para comemorar decidi passar naquele mesmo barbeiro, dar um corte bacana, alinhar a barba, bom, creio que consegui. Mais tarde iremos jantar. Analiso-me ao espelho, o belo colete azul escuro combina perfeitamente a camiseta branca e a calça jeans.Ergo uma sobrancelha enquanto passo a mão a barba. Belo trabalho, estou bonito, muito bonito aliás, ela vai gostar. Saco o terno exposto ao sofá, coloco rápido e em poucos segundos estou a colocar meus óculos escu
Iara LaurenToco ao chão. Os pés acoplam ao piso de madeira, frio, oco. A casa está aberta, mas oca por dentro. Arqueio o corpo, estico ao máximo até me sentir confortável, o retorno não vem de imediato, eu não estou legal.Caminho devagar até a cozinha. Hoje estou faminta, não aguentando de fome, talvez por isso a tradição cama/pasta de dente passou despercebida. Estou a "roncar", literalmente.—Mamãe. —junto o cenho. A voz de minha menina nitidamente atravessa meus ouvidos. Olho para os lados, não vejo absolutamente ninguém. Torço os lábios. Não vejo Gabriela desde o dia em que eu tive aquela crise inexplicável, nervoso eu não sei.Na minha cabeça estava muito presente todas as minha perdas. De algum modo meu sistema criou uma mecanismo cujo as piores dores afetam-me de maneira direta e isso aos poucos me destroem.Solto uma lufa de ar. Busco o pó de café, faço todos os procedimentos a cafeteira e logo estou a espera a frente da bancada.—Ai! —olho para trás rápido, somente consigo
—Minha princesa. —solta uma lufa de ar como se estivesse apaixonado. —Aqui. —por algum motivo fico por mais alguns segundos. Olho por cima dos ombros, o vejo mostrar o que talvez seja uma foto ao pessoal.Meus olhos, por reflexo, buscam a tela de seu celular quando o rapaz retoma sua posição inicial. Pisco algumas vezes. Espremo os olhos, volto novamente a tela, não pode ser.—Qual o nome da gata?—Olha o respeito com minha noiva caralho. —noiva... Foto... Pai... —Para que quer saber o nome dela? Tô dizendo...—Por nada doutor.—Uma estilista famosa, somente isso que posso dizer. —estou parado no mesmo lugar. A única pessoa que percebeu meu estado foi um cara loiro de cabelos imensos, e de estatura grande sentando perto da porta.—Ah, não vai dizer o nome da sortuda?—Ahn... Para você eu abro uma excessão. Essa princesa chama-se...—Iara Lauren. —digo ainda olhando para a foto. Minha Iara, ela não é sua! Meu filho, ele não é seu! Minha família, porra! Não se gabe como se fosse sua.Po
Último capítulo