Já se passaram dois dias. Dois dias inteiros desde que Aleksei saiu por aquela porta e não mais voltou.As horas se arrastaram com a lentidão cruel de quem espera o improvável. A casa agora parecia um túmulo de incertezas, minha barriga já está grande e eu fico assustada pelas várias teorias que se formam em minha mente. Sozinha em uma casa que está isolada com uma criança de 6 anos e um bebê prestes a nascer. Cada estalo da madeira, cada assobio do vento por entre as frestas das janelas, fazia meu coração disparar.Ethan sempre me pergunta se vamos voltar a nossa casa, se ele vai voltar para a escola e o que nos fazemos aqui, mas eu não sei o que responder. Eu nem sei ao certo o porquê dessa guerra. As noites foram as piores. O frio invadia o quarto, mesmo com os cobertores. Meus pensamentos não me deixavam em paz. Minha mente desenhava cenas horríveis, mas meu coração ainda teimava em esperar pelo som do motor lá fora. Pela silhueta alta e confiante na porta. Pelo toque firme que,
POV ALEKSEI:Eu tive que fazer uma longa viagem para conseguir entrar na Rússia. Se eu quisesse ter meu império de volta, eu precisaria de ajuda. Por isso, tinha que ver meus velhos amigos. Sabia exatamente onde encontrá-los. Ainda que o tempo tivesse passado como um vendaval, varrendo memórias e destruindo alianças, alguns laços eram forjados com aço.O primeiro da lista era Viktor Malenkov, um estratega brilhante e mestre da diplomacia suja. Ele agora vivia escondido nos becos congelados de São Petersburgo, jogando xadrez com mafiosos e vendendo segredos para sobreviver. Se alguém poderia me ajudar a reconstruir a base do meu império, era ele.A noite estava densa quando bati à porta do velho armazém. Três toques, uma pausa, dois toques, o código antigo. Um olho espiou pelo ferrolho, depois a porta se abriu devagar, rangendo.— Você demorou… — disse Viktor, com um sorriso torto. — O império caiu, mas você ainda caminha como um czar.— E ainda penso como um — respondi. — Está pronto
POV ALEKSEI:— O que você faz na minha casa? Como entrou? — Ele diz, com a voz arrastada mas sóbrio o suficiente para ter uma conversa.— Para um policial, você é meio estúpido. Ele riu enquanto se jogava no sofá. — Para um mafioso de quinta categoria, é muita coragem sua vir na casa de um policial.— Não seja burro, a maior parte dos policiais são controlados por políticos. E quem você acha que controla os políticos?— O que você quer?— Eu preciso da sua ajuda. Levaram a minha esposa e os meus filhos. — E o que eu tenho a ver com isso?— Jack, você é um homem inteligente e sensato. Eu só preciso que você me ajude a entrar, o resto é comigo.— Você, que é mesmo burro. Agora eu entendo o porquê de ter perdido o seu posto de Dom. Eu fui contratado para manter eles debaixo de olho, o meu trabalho era apenas observar. Eu já fiz o meu trabalho. Agora saia da minha casa.Ele se espalha no sofá e fecha os seus olhos. É estúpido depender de um policial bêbado, mas eu não tenho como entrar
POV NATASHA:— Senhora, o Dom solicita a sua presença na sala. — diz a empregada, me olhando no canto da sala com um ar de desprezo.— Diga para esse maldito que eu não quero, eu só quero a minha filha. Eu quero a minha filha. — digo chorando por não ter a minha filha em meus braços. Por não saber como ela está, se está sendo amamentada ou não.Damon entra no quarto e a empregada inclina a cabeça em sinal de respeito.— Acho muito bom você diminuir seu tom, e se quer ver a sua filha, desça agora e se comporte. Se me irritar, nunca mais na sua vida verás sua filha. — disse Damon, fechando a porta depois de sair.Eu enxuguei as lágrimas, sentindo meu corpo tremer por um misto de raiva, dor e impotência. Ignorei o nó na minha garganta, respirei fundo e desci as escadas, sentindo a empregada me ver com o desprezo ainda estampado no rosto, mas eu não estava nem aí para isso. Eu quero a minha filha.A sala estava em total silêncio e a comida já tinha sido servida. Damon estava à cabeceira,
POV NATASHA:De noite, Ian entrou e se sentou encolhido no canto do quarto. Ficou horas me encarando e eu não queria dirigir uma palavra a ele.— Eu vi ela ontem. — Ele começou falando, enquanto eu permanecia fingindo dormir na cama. — Ela está bem. Ela é muito linda.Uma lágrima rolou do meu rosto, enquanto eu engolia a dor que me consumia.— Ela tem teus olhos ... — ele continuou. — Eu... eu queria poder te mostrar uma foto, mas não posso. Eles não deixam. Ele não deixa eu tirar fotos. Mas eu consegui um celular e prometo que eu vou tirar para você ver.Minhas mãos apertaram o lençol. Eu não queria ouvi-lo, mas cada palavra sobre a minha filha me feria e ao mesmo tempo me alimentava.Virei o rosto na direção oposta, tentando sufocar o choro. Eu odiava o fato de que, mesmo tentando odiá-lo, ainda havia algo nele que mexia comigo. Algo que queria acreditar que ele não tinha culpa de nada do que aconteceu entre mim e a mãe dele. Mas como confiar num filho da mulher que destruiu minha v
POV NATASHA:Beijei o rostinho dela uma última vez, o cheiro dela... era como respirar depois de me afogar.Mas a realidade me puxou de volta com brutalidade.— Anda, Natasha! — Damon gritou, agora num tom mais agressivo. — Já tive paciência demais!Ele veio em minha direção, arrancou minha filha dos meus braços e a entregou de volta à mulher sem cerimônia. Meu corpo se enrijeceu, e a dor no peito se tornando mais avassaladora, senti como se estivessem me arrancando o coração vivo.— Não! — gritei, tentando alcançá-la. — Por favor, não!Mas ele já me puxava pelo braço.— Você é minha agora! Você me deve isso! — ele rosnou, apertando meu pulso com força. — E agora vai me pagar!Comecei a me debater, a gritar, a chutar como podia. Mas eu estava fraca. Ele era maior. E estava cego de ódio.— Solta-me, seu monstro!— Não tem ninguém pra te ouvir aqui, vadia! — ele cuspiu as palavras, abrindo a porta do quarto e me empurrando lá dentro.Cambaleei e caí de joelhos. Antes que eu pudesse me l
POV ALEKSEI: Horas antesA noite estava fria e as ruas quase estavam sem ninguém. Eu olhava para ele, parado no telefone público, discando um número há alguns minutos, mas sem ser atendido.— Você não tem um plano melhor? — falei, me aproximando dele.Ele continuou mexendo no telefone sem olhar para mim.— Ou é isso, ou é nada.Fiquei calado por alguns minutos, pensando nas chances de que o plano do Jack desse certo.Mas percebo que devo enterrar pessoalmente o meu morto, ou ele retornará e me trará ao inferno em que estou.— Faça um favor pra mim. Tira ela daqui. Fala com os pais dela nos Estados Unidos — eu digo.Ele terminou a ligação e se virou para mim.— Qual é o seu plano?— O mesmo que o seu — respondi — mas eu preciso resolver umas coisas com o meu irmão. Temos coisas inacabadas para resolver. Se os seus amigos o pegarem, ele não vai ficar muito tempo na prisão, e ele virá atrás de nós.Fiquei olhando para ele por um instante. Estendi minha mão.— Foi um prazer te conhecer. N
meu coração não para de palpitar e minhas mãos já estão suadas de tão nervosa. Eu estou tão nervosa e com medo que sinto meu corpo rijo, ao mesmo tempo em que me sinto feliz. minhas mãos estão entrelaçadas, enquanto me dou beliscões só para poder ter a certeza que isso é real, eu estou de pé olhando meu reflexo no espelho do meu quarto, ou devo dizer do meu ex quarto, mas mesmo assim, ainda penso que eu estou sonhando. Estou trajada de um vestido de noiva branco com os ombros e braços cobertos pela renda com desenhos de flores, é um vestido estilo princesa e com um véu longo. Meus cabelos castanhos longos estão presos em um coque. _Você está maravilhosa meu amor! me assusto um pouco com a presença da minha mãe, que não notei que havia entrado no meu quarto. Devido ao meu nervosismo, eu nem consigo mais ouvir os sons à minha volta. _Eu sei, mas eu não acredito que eu estou realizando, finalmente, o meu sonho de ser noiva e me casar com o homem que eu amo. meu olhos estão m