Capítulo 89

Hunter Knoefel

Abri os olhos com dificuldade. O frio me perfurou primeiro; depois veio a névoa na visão, como se alguém tivesse passado algodão por cima das minhas retinas. Ainda grogue, tentei entender onde estava. A cabeça latejava, a boca com gosto metálico, sinais claros: tinha sido dopado. Lembrei, com horror, de nomes de drogas: citalopram sozinho não faria aquilo, mas juntos a cetamina... sim. A mente ainda custava a ligar, então fechei os olhos de novo, tentando me acostumar à pouca claridade.

Senti o corpo: sentado numa cadeira, as costas eretas, as mãos amarradas para trás, as pernas presas às do assento. Tentar se mover causava mais vertigem; respirações curtas e controladas foram tudo o que consegui fazer por um instante.

Abri os olhos de novo. O ambiente confirmou o pavor: estava em um necrotério. Metais frios, azulejos claros demais, cheiro de produtos de limpeza misturado a um odor indefinido que só corredores hospitalares conseguem ter.

A mesa de inox dominava o centr
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