Maitê Moreli
Era a quarta roupa que eu experimentava. Seria apenas um jantar entre amigos, mas meu comportamento denunciava outra coisa. Eu estava nervosa, ansiosa, como se fosse um encontro, um encontro com ele. O que era estranho, considerando que fui eu quem pediu o divórcio. E ele... finalmente aceitou.
A verdade é que eu não queria me afastar dele. O problema é que também não consigo vislumbrar um futuro juntos. Quando a paixão e essa guerra velada entre nós se apagarem, o que restará? Que sentimento o Hunter terá por mim? E eu por ele?
A resposta era uma só: dor. Muita dor. Por isso, o mais sensato seria dar um fim agora. Evitar um sofrimento maior depois.
Mas, por mais que eu repetisse esse mantra em minha cabeça — “esse homem não é para mim” —, era impossível ignorar a euforia que tomava conta de mim ao pensar em sair ao seu lado. Era como se, apesar de tudo, meu corpo ainda o desejasse em silêncio, em cada suspiro, em cada batida do meu coração.
Me encarei no espelho. O vesti