POV: HAPHEL
Entrei no banheiro e segurei firme na borda da pia, tentando controlar a respiração. A água fria escorreu pelos meus dedos antes de atingir o pescoço, mas o alívio foi mínimo. As mãos tremiam, denunciando o ataque de ansiedade que tentava esconder.
— Ótimo… justo aqui, onde qualquer um pode sentir o meu cheiro. — Murmurei entre os dentes, inspirando fundo e soltando o ar lentamente pela boca, contando mentalmente para me manter firme. — Vamos, Haphel… aguenta. Aquele homem pode nem ser o assassino da sua mãe.
Levantei o olhar para o espelho. Meus próprios olhos me encaravam, ainda marejados, a pele quente demais, a respiração irregular. A cada batida do coração, parecia que a tensão corria pelas minhas veias como um choque lento e contínuo.
— Mas e se for? — Minha voz saiu firme, mas carregada de raiva. — Vou ficar aqui parada enquanto ele bebe e se diverte em um evento de gala como se minha mãe não importasse? Como se a vida dela não valesse nada? — Bati os punhos contra