A Traição do Meu Amado
A Traição do Meu Amado
Por: Caracol
Capítulo 1
— Aníbal...

Atrás de mim, ouvi o grito de Carolina. Ela levava a mão à barriga e mostrava uma expressão de dor. O corpo de Aníbal congelou. Ele instintivamente, empurrou-me para o lado e correu para ampará-la.

Surpreendida, tropecei com o empurrão. O ombro bateu contra a parede, e a dor foi tanta que os meus olhos se encheram de lágrimas.

Aníbal acalmou Carolina e me disse com pressa: — Lívia, a situação da Carolina é mais urgente. Vou levá-la para ver um médico. Volte para casa, depois eu explico-te tudo com calma!

E sem olhar para trás, saiu a correr para a enfermaria com Carolina ao colo, gritando por um médico.

Encostei-me à parede, e as lágrimas escorriam-me cada vez mais.

O favor de uma vida salva, a identidade publicamente anunciada de “esposa do líder”, e agora até este filho que ela carrega… Aníbal, nunca conseguirás afastar Carolina — E nós? Como poderíamos ainda ter um futuro?

Saí lentamente do hospital segurando a parede e entrei no carro.

O motorista perguntou cautelosamente:

— Senhora, vamos voltar para a mansão Lima?

Recostei-me, exausta, no banco e disse:

— Não, leve-me primeiro ao Serviço de Migração.

Duas horas depois, já tinha feito o passaporte e dado entrada no pedido de visto para o país A. O funcionário disse-me:

— O seu pedido de visto ainda precisa de ser processada. Só poderá obter o visto daqui a sete dias.

— Apenas sete dias… — Murmurei.

— Daqui a sete dias, já não terei mais nenhuma ligação com Aníbal.

De regresso à mansão dos Lima, comecei a arrumar as minhas coisas. Havia muitas coisas na casa que me pertenciam. Aníbal já viajara por muitos lugares por motivos de trabalho. Mas, em cada um deles, comprava-me malas caras, joias e artigos de luxo.

A casa tinha três divisões inteiras apenas para guardar os presentes que ele me deu. Cada canto daquele lar estava repleto de memórias nossas. Todos os meses fazíamos retratos autocolantes em cabines automáticas, enchendo uma parede inteira com elas.

Todos os anos, em cada aniversário, ele me presenteava com um anel de diamantes — e as caixas, organizadas em três camadas, estavam sempre completamente cheias.

Havia ainda peluches de edição limitada, figuras de coleção raras, todos demonstrando o seu carinho por mim.

Antes do aparecimento da Carolina, eu acreditava que poderíamos envelhecer juntos.

Enxuguei as lágrimas e, uma a uma, arranquei as fotos da parede e as joguei para o caixote do lixo.

Os presentes que ele me deu empacotei-os em caixas de papelão e empilhei em um canto. Vou devolver tudo a ele antes de ir embora.

Enquanto fazia as malas, ouvi um zumbido repentino lá em baixo.

Fui para o corredor e da varanda do corredor, espreitei para a sala. As empregadas carregavam caixas pesadas de joias para sala de estar.

Carolina estava de pé no salão, olhando para Aníbal com doçura e abanando a cabeça:

— É demais… eu só disse que gostava, e você quase esvaziou toda a casa de leilões.

Ele olhou para ela:

— Contanto que você goste, fico satisfeito. Assim ficas de bom ânimo, e o parto vai correr bem. Ao erguer o olhar, deu de caras comigo parada no corrimão do segundo andar, e o rosto dele endureceu.

— Desculpa, Lívia. A Carolina não estava bem depois da consulta, por isso levei-a ao leilão. Se houver algo que te agrade, levo-te da próxima vez.

Demorei a responder, mas acabei por dizer em voz baixa:

— Já me deu presentes mais do que suficientes. Compra só para a Carolina.

Aníbal abriu a boca e estava prestes a falar. Carolina agarrou sua mão e esfregou os olhos.

— Estou com sono, deve ser o bebé que quer dormir. Pode levar-me para o quarto?

Ele ficou logo preocupado:

— Vai com calma, cuidado para não cair! Está com sono e não disse nada… e se adormecesse de repente e se magoasse?

Sem me dirigir uma única palavra, caminhou para o quarto principal com Carolina em seus braços.

Meu coração estava picado e levemente dolorido.

O quarto principal era originalmente aquele que fora preparado para ser o nosso quarto nupcial. Ele dedicara tanto cuidado à decoração e dissera-me, solenemente:

— Ninguém pode entrar aqui. Quero guardá-lo em segredo até ao dia do nosso casamento. Nesse dia, eu mesmo te guiarei até aqui!

Mas agora, na verdade, o quarto que preparara com tanto amor, já tinha sido entregue a outra.
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