Porque sou eu que conheço os planos que tenho para vocês, diz o Senhor, planos de fazê-los prosperar e não de causar dano, planos de dar a vocês esperança e um futuro.
Jeremias 29:11 Antonella Não acredito em destino, ou acaso, creio que quando algo tem que acontecer, simplesmente acontece, entretanto, nada me preparou para o que havia acontecido aqui. O todo poderoso sheik, havia me notado, e não, eu não estou feliz por isso, mas é uma vergonha diferente, geralmente eu não fico tão intimidada com um homem, talvez seja os seus quase 1.90 de altura, seu cabelo perfeitamente penteado para traz, sua barba desenha alinhada em seu maxilar quadrado, suas sobrancelhas que somente homens árabes tem o traço, fortes e marcantes, porém é nos seus olhos que me perco em fração de minutos, iminente a tudo ao nosso redor, me dou conta que seu aperto ainda me incomoda. — O senhor já pode me soltar, agora. — Dou ênfase no agora, por mais sedutor e cheiroso que seja, os olhares ao nosso redor não estão me agradando, aos poucos fomos tomando atenção de todos, por conta da comitiva do Sheik que foi chegando ao seu redor, presos em nossa bolha não percebemos, ou eu não percebi. — Tenha mais cuidado da próxima vez. — É tudo o que diz em um inglês fluente, embora eu saiba árabe, pois é uma das exigências do hotel, não sou experiente, tive pouco mais de sete meses de aulas, então prefiro falar o inglês ao qual pratico desde muito nova. — Pois o senhor também, olhe por onde anda. — Tomo coragem e lhe digo isso, o homem não expressa nenhuma reação a minha ousadia, mas vejo divertimento em seu olhar . — Com sua licença, Emir. Digo por fim, encarando essa multidão, meus pés andam automaticamente um atrás do outro, apenas procurando um refúgio para que eu me esconda, de onde surgiu tanta gente. Obviamente ele é um homem importante, mas realmente precisa de todo esse comboio. Passo na cozinha dos funcionários e faço um copo de 500 ml com açúcar, bebo tudo, tentando acalmar meus nervos, lembrando do cheiro, do olhar, as mãos fortes que podiam me quebrar sem excitação. Eu já havia visto fotos de Khalid, o Emir possuí muitas imagens em quadros de ouro em seu hotel, mas nada se compara a sua presença pessoalmente, sua áurea dominante me fez pensar coisas que minhas bochechas coram só em pensar. — Senhor do céu, que bagunça este hotel, esse Shaik de araque tinha que vir logo hoje. — Minha amiga, Ayla esbraveja atrás de mim, mal se dando conta do meu estado caótico. Faço mais um copo de água, e forço miseravelmente minha mente em esquecer as imagens do deus sheik grego. — Terra chamando, Antonella. — Percebo que estou divagando longe, quando minha amiga, estrala seus finos dedos em meu rosto. — O que aconteceu com sua roupa ? — Ayla, pergunta torcendo seu arrebitado nariz. — Se eu contar, você não vai acreditar. Então ela soube, que algo muito esplêndido aconteceu comigo, ao menos por meus olhos, depois de deixar minha amiga a par de todos os acontecimentos, ela só faltou surtar pelo fato do sheik ter encostado em mim, para minha amiga, o fato dele ser um príncipe era fabuloso. Mas eu, pouco estava se importando com sua posição social, ou dinheiro, a única coisa que ficou atormentando o resto das minhas horas de trabalho, foram seu olhar gélido, os mais cinzento e intensos que eu já vi. Ayla, deu seu mini show, minha amiga era muito espalhafatosa, mas era sincera, e já estava planejando mil e uma noites entre mim e o Sheik árabe, como se um homem daquele porte fosse olhar para mim, as mulheres aos seus pés devem fazer filas, com seus milhões, bilhões no banco, entretanto ele também já é casado, duas esposas. Não, definitivamente está é uma situação que eu jamais aceitaria, nunca dividiria meu homem, ou seria a outra, não consigo ver como tradição ou religião, era fato que este ato aconteceu em um tempo de guerra, onde muitas mulheres ficavam viúvas, os fins justificam os meios, mas hoje em dia já não tem necessidade desta tradição, vejo como egoísmos do homem. Que tipo de mulher poderia ser amada pela metade dividindo seu amor entre outras, e eu não me converteria em outra religião, sei no que acredito, mas também nem sei porque dou ouvidos a desmiolada de Ayla, eu e o príncipe dos Emirados Árabe. ╔═════ஓ๑♡๑ஓ═════╗ Por sorte não esbarrei mais no Sheik Khalid, mas isso não impediu que o hotel parecesse como se um furacão tivesse passado por ele, os hóspedes, principalmente do sexo feminino, ficaram eufóricos quando souberam que o dono e Emir do Emirado Árabe, estava no hotel. Na recepção eu estava e lá permaneci, não sei por medo, ou covardia de encontrar no novamente com ele, não queria sentir tais coisas, mas nossa energia e conexão foi tamanha, que chego a me assustar quando lembro como meu peito subia e descia, descompensado, a ponto de disputar uma maratona com meus pensamentos, que traiçoeiros diziam quão delicioso deveria ser, sentir os lábios daquele homem, lindo e poderoso. Os seus longos e grossos dedos em volta da minha cintura não me ajudavam, e uma dor latejando ardia em minhas entranhas, eu não era nenhuma puritana, sabia como era feito um neném. Mas em quesito homens, ou até mesmo sexo, me limita ao que aprendi no colégio, depois de concluir o ensino médio, fiz cursos me profissionalizando na área da recepção, recebia em torno de quase sete mil reais, junto as gorjetas em meses parados, em dadas comemorativas este valor duplicava, era um hotel requintado. Mas as exigências eram cabíveis, fiz mais de sete cursos para ocupar meu cargo de recepcionista, aprender árabe e inglês era um quesito indispensável, como já tinha domínio na língua americana, me dediquei ao árabe, entretanto tenho insegurança quanto a pronúncia. Felizmente minha amiga Ayla, trabalha aqui mais tempo que eu, e sua idade dois anos mais velha, contribuiu para isto, com uma bela indicação de meus pais, que a tem como uma terceira filha. Depois de um dia exaustivo, volto com mamãe para casa, ela comenta eufórica como foram servidos muitos pratos, ela já trabalha no hotel a dez anos, é a segunda vez que serve o Sheik Khaled e sua família. Por mais que queira encerrar o assunto, não quero parecer grossa ou acabar com seu entusiasmo, mamãe esperou ansiosamente por este momento, devo deixá-la desfrutar de seus dias como chef do príncipe árabe. Já em meu habitual banho, meus pensamentos são traiçoeiros ao lembrar dos olhos, da boca e de todo o resto que se enquadre em Khalid, e só consigo pensar que não vejo a hora em que ele, e sua comitiva irão partir.