Antônio e Gabriel saíram da sala.
–Nós não podemos fazer isso, não podemos trazer a garota de volta!– comentou Gabriel. –Eu sei mas viu o estado dele? A última vez que ele ficou assim foi quando perdeu a senhora Luna– –Mas aquela garota não é a senhor Luna!– –Mas e se ele voltar a ter uma crise? E se essa garota for a solução para ele se recuperar de vez?– –e se for apenas uma espiã enviada por outros grupos?– –Nós não temos outra escolha, sabe que se não o fizer ele fará por si mesmo e a encontrará de qualquer forma, temos de trazer aquela garota de volta se não quisermos perder o chefe outra vez– Gabriel suspirou frustrado, lhe custava admitir mas realmente era aquilo ou ver seu chefe perder o juízo outra vez. Tinham de encontrar aquela garota e a trazer de volta. ....... Lisa estava sentada na cama da pensão perto da estação de trem encarando o nada e perdida em pensamentos. Não sabia o que fazer, não podia voltar para Toscana pois aquele homem ainda estaria lá a esperando e poderia colocar seus tios em perigo. Mas tinha sido expulsa da casa e não tinha mais ninguém ali para a ajudar mesmo a encontrar um emprego, então estava completamente perdida sem saber o que fazer. Alguém bateu a porta e Lisa olhou para mesma se perguntando quem seria a aquela hora. E ao abrir a porta olhou com surpresa para o homem ali –André!– disse sorrindo e os dois se abraçaram. –entre.– Lisa deixando o rapaz entrar e fechou a porta. –o que faz aqui? Como me encontrou aqui? O que é isso no seu rosto?– Lisa tentou tocar o rosto machucado do Rapaz que se afastou e desviou o olhar. –Não é nada, eu estou bem, eu não poderia deixar você sozinha numa cidade tão grande– –Você me seguiu?– –eu não podia deixar você sozinha, não depois do que aquele infeliz do Guissepe Leonardo fez com você– –....Você sabe?– –O Senhor Giuseppe Foi até a casa de seus tios com policiais procurando por você e o seu tio contou tudo mas os policiais não acreditaram nele e disseram que você atacou o Senhor Guissepe– –Não, então eu tenho de voltar, não posso deixar os meus tios lá sozinhos.– disse se levantando. –Lisa espere.– André segurou as mãos da garota. –se você voltar aí sim eles vão estar em perigo, o Senhor Guissepe não vai fazer nada contra eles enquanto você estiver longe– –Mas... Eu não posso mais ficar aqui, eu fui expulsa da casa onde trabalharia e não tenho mais para onde ir.– disse e mais lágrimas lhe fugirem. –Você tem sim.– André apertou as mãos dela. –venha comigo, eu tenho dinheiro suficiente para podermos começar uma nova vida em outro lugar, apenas venha comigo– Lisa olhou para o rapaz que a encarava com intensidade, não eram necessárias palavras para ela saber o que ele sentia por ela, mas não podia se aproveitar daquele sentimento e estragar a vida dele. Lisa baixou o olhar e tirou suas mãos das dele –André eu...– Mais uma vez alguém bateu a porta e os dois olharam para mesma. –esta esperando alguém?– Lisa negou com a cabeça. –Deve ser da pensão– –ou podem ser os homens do senhor Guissepe que seguiram você também, fique aqui, eu abro a porta– André caminhou cautelosamente até a porta e a abriu devagar notando vários homens fortes e altos vestidos de preto e na frente deles um homem que se destacava, este que olhou mortalmente para o rapaz com uma expressão fria e uma veia saltou em sua testa. –Quem é o senhor?– perguntou André olhando para o homem de olhos azuis. Lisa se aproximou da porta e paralisou ao ver o homem ali que olhou para André e depois para ela sentindo seu sangue ferver. –S-Senhor Giovanni.– disse Lisa ao ver o homem ali na porta e seu corpo estremeceu ao receber o olhar dele e com tantos homens atrás dele. –Quem é esse homem?– Perguntou André olhando para Lisa. Giovanni voltou a olhar para o rapaz e para moça que estava apenas com um vestido de dormir modesto mas leve, e seu sangue ferveu ainda mais pensando que os dois estariam ali juntos como amantes. O homem colocou sua mão na porta a abrindo seu muito esforço apesar da resistência inútil do rapaz loiro. Giovanni se aproximou de Lisa quase cobrindo o corpo da garota com o seu. A ideia de outro homem tocar aquele corpo e beijar aqueles lábios era pior que uma morte na figueira para si. Giovanni agarrou Lisa pelo braço e segurou sua nuca a puxando para um beijo repentino como se quisesse tomar posse dela na frente daquele rapaz. –O que está fazendo? Solte ela!– André caminhou para cima de Giovanni mas antes que pudesse o alcançar, ouviu o som de um tiro e uma dor aguda em seu ombro. Lisa que se debatia para se soltar do beijo congelou ao ouvir o som de tiro e viu o André Cair no chão. "André..." Lisa usou toda sua força para se soltar De Giovanni e correu até André que estava no chão, mas antes que pudesse o alcançar seu braço foi segurado e seu corpo puxado por Giovanni. –Me solte!– Lisa se virou e deu um tapa estalado no rosto de Giovanni com os olhos em lágrimas. Giovanni sentiu a ardência do tapa mas aquilo não o afetou em nada. E com seu rosto ainda sério e inexpressivo, agarrou o braço dela com mais força a arrastando para fora do quarto. –Não não! Me solte! Me solte!– Lisa gritava entre o choro enquanto era puxada e via a imagem de André gemendo no chão enquanto uma poça de sangue se formava ao redor de seu braço atingido. –Por favor me solte por favor!– Lisa implorava já no corredor do da pensão. Algumas pessoas saiam dos quartos para ver o que estava acontecendo mas logo voltavam para seus quartos trancando as portas ao ver os homens armados parados no corredor. –Por favor me solte, ele vai morrer, por favor!– Giovanni suspirou irritado por aquele choro e saber que ela estava chorando por outro homem só o deixava mais irritado. –Escute!– gritou com irritação na voz e fez a garota olhar para ele. –Se não quer que ele morra você voltara comigo para casa por vontade própria e eu mandarei o levarem para o hospital onde ele pode receber tratamento. Mas se continuar resistindo e gritando por ele eu vou deixar ele ali sangrando e com risco de perder o braço e se tornar um aleijado, isso se ele tiver a sorte de sobreviver após perder tanto sangue– Lisa sentiu mais lágrimas lhe caírem enquanto olhava para o homem como se olhasse para o próprio demônio. Como alguém podia fazer aquilo? –Decida agora.– disse o homem olhando para mulher com impaciência.Lisa baixou a cabeça se rendendo, não podia deixar André morrer ali e por culpa sua. Giovanni fez um gesto com a cabeça para um de seus homens que entrou no quarto. –Espero que tenha ficado claro, se obedecer, ele ficará bem, caso não...– Giovanni aproximou seu rosto ao dela. –Eu garanto que você nunca mais o verá– Lisa sentiu seu braço voltar a ser puxado e dessa vez seguiu o homem sem oferecer resistência alguma até o carro. Alguns minutos depois, uma ambulância chegou e Lisa viu André sendo colocado nela numa maca e a ambulância partiu. –Satisfeita?– perguntou Giovanni que estava sentado no banco da frente do carro ao lado do motorista olhando para garota pelo espelho retrovisor. Lisa apenas baixou o olhar e sentiu outra lágrima lhe fugir. Pensou que nenhum homem podia ser pior que Guissepe Leonardo, mas aquele homem... ele era o pior. ...... Gabriel viu Giovanni entrar na mansão com a garota e suspirou derrotado pensando em como tudo iria começar de novo. –Man
Giovanni acordou naquela manhã e se arrumou para sair, mas enquanto se preparava na frente do espelho, parou de ajeitar sua gravata se lembrando da mulher que costumava ajeitar ela para si tão carinhosamente todas as manhãs, e nisso vieram a sua mente imagens da noite anterior e sua cara se tornou numa carranca de desgosto. –ah, eu realmente fiz isso? Eu devo estar ficando louco.– disse se lembrando do ciúme irracional que sentiu ao ver aquela garota com aquele rapaz no quarto e a irritação que sentiu ao ver ela chorar e implorar por outro homem –eu vou enlouquecer de vez– disse e saiu do quarto. Giovanni chegou a mesa do café da manhã que já estava posta, se sentou começando a comer tranquilamente enquanto verificava as notícias em seu Tablet. Gabriel que estava parado ao lado coçou a garganta antes de começar. –Senhor, tem alguma área específica que gostaria que a moça trabalhasse?– –Moça?– perguntou olhando para o mais velho. –Sim, a Moça que o senhor trouxe ontem–
Os dias se passaram e Lisa foi se adaptando a sua nova rotina, acordar, receber as roupas que as criadas da casa grande recolhiam dos quartos e lhe davam, não era muita roupa então tinha tempo para ajudar sua tia nas tarefas dela mesmo ela sempre insistindo naquele assunto desagradável. Felizmente, não tinha falado nem cruzado com o patrão naqueles dias, mal o via pois ele quase que passava o dia todo fora, e aquilo foi um alivio ao pensar que ele certamente tinha feito aquelas coisas porque estava fora de si, e agora ela era só uma empregada comum e invisível para ele como qualquer outra. Giovanni decidiu ir para casa mais sedo naquele dia antes de seu compromisso noturno e relaxar um pouco já que tinham sido dias puxados ajeitando tudo e se pondo a par de tudo que aconteceu enquanto esteve fora. O homem saiu do banheiro após seu banho, vestiu roupas confortáveis, e saiu caminhando pela mansão afim de ir até o terraço de onde podia ver a vista completa de sua propriedade, aquel
Os homens vestidos de preto entraram na boate chamando a atenção de todos, principalmente o homem na frente que se destacava por sua aparência e porte físico. –Senhor Giovanni, É um prazer recebê-lo novamente em nosso estabelecimento, já faz um tempo que não nos visita.– disse o dono da boate de forma bajuladora. –Eles já chegaram?– perguntou sem dar muita importância– –Sim senhor, estão na sala privado o esperando, por favor me acompanhe– Giovanni e seus homens seguiram o homem que foi na frente subindo as escadas para o segundo andar, e abriu a porta da sala onde estavam dois homens sentados em poltronas com alguns homens parados atrás deles. –Senhor Giovanni.– disse o mais velho sorrindo e se levantou indo até o mais novo e apertaram as mãos. –É Muito bom tê-lo de volta, não sabe a falta que fez– –Também é bom vê-lo, Senhor Presidente– –Assim que soube que estava de volta a Itália, a minha filha me pediu para o convidar para um Jantar no Palácio, espero que não se
–S-Senhor, precisa de alguma coisa?– perguntou Lisa receiosa tentando conter seu nervosismo que aumentou assim como seus batimentos ao ver o homem se levantar da cama e caminhar na direção dela. Lisa recuou mas suas costas encontraram a madeira da porta enquanto o homem chegava mais perto, perto o suficiente para ela sentir o cheiro do perfume dele misturado a algo mais que ela não soube identificar. Giovanni olhou para moça fixamente e levou sua mão até o rosto dela o tocando e se inclinou aproximando seus rostos. –Você é tão bela, tão perfeita– Lisa sentiu seu rosto esquentar com a proximidade dele e mais ainda ele a encarando daquela forma e dizendo aquelas palavras. Recebia elogios de homens por sua aparência com certa frequência, mas ouvir especificamente daquele homem fazia seu coração acelerar e sentir coisas em seu estômago. Giovanni fechou os olhos e beijou a testa da moça, um beijo demorado ainda segurando o rosto dela, e logo seus lábios foram até a bochecha ros
Giovanni abriu os polhos sentindo sua cabeça latejar fortemente, e cobriu seus olhos com a mão para bloquear a claridade do sol. Aquela sensação, ele conhecia bem aquela Sensação. Aquelas mulheres tinham o drogado? Mais um motivo para ele não se envolver com aquele tipo de mulheres. Giovanni suspirou e tirou a mão de seus olhos mas franziu o cenho ao ver aquele teto desconhecido, se sentou e olhou a volta notando que aquele não era seu quarto e nem um quarto da boate, parecia um quarto de sua casa mas... Giovanni olhou para o lado da cama vendo a moça ali deitada dormindo profundamente com o corpo nu mal coberto pelo fino lençol, e seu cérebro parou por alguns segundos, logo olhou para seu próprio corpo notando sua nudez por baixo do lençol. "O que aconteceu aqui?" .....Antônio sentiu a demora de seu chefe para o café da manhã, e foi até o quarto dele o procurar. Bateu a porta e entrou, logo viu o homem sair do banheiro com o roupão. –Bom dia senhor– Saudou mas não
Lisa saiu da cozinha com lágrimas nos olhos pensando em como andou o dia todo com aquelas marcas expostas igual uma tonta mostrando a vergonha que tinha feito na noite anterior, e Certamente não demoraria para se espalhar o que ela tinha feito com o patrão. –Lisa!– Chamou Elisabeta e alcançou a sobrinha. –ah minha filha!– disse Elisabeta a abraçando e Lisa a abraçou de volta achando que era um abraço de conforto e estava precisando. Elisabeta desfez o abraço e levou a garota até um banco ali perto. –Me diz como foi? Você foi até o quarto dele ou ele te chamou lá?– Lisa ficou vermelha e voltou a baixar a cabeça. –Ah não seja tímida! Isso acontece entre um homem e uma mulher, como acha que seus pais fizeram você?– –Tia!– –apenas me conte como foi, Ele te procurou primeiro?– –s-sim– –e como ele estava? Apaixonado? Fogoso? Ele foi delicado ou bruto?– –Eu não sei, as vezes era delicado e outras vezes bruto.– Lisa olhou para o lado. –foi minha primeira vez
Lisa entrou em seu quarto e parou na porta olhando a cama enquanto via a imagem de dois corpos nus ali fazendo sexo cheio de luxúria. Ela se lembrou do olhar frio que ele lhe direcionou mais cedo e o mesmo olhar lhe tinha sido dado minutos atrás, Lisa sorriu triste de si mesma. O que ela esperava? Que um homem distinto como ele entrasse num compromisso com uma empregada como ela? Já tinha sido um favor um homem como ele ter um mínimo interesse nela. Talvez ela realmente tivesse se deslumbrado e se super valorizado com os olhares que ele lhe lançava. Bom, ele já tinha conseguido o que queria e provavelmente aquilo era tudo e tudo terminaria ali, então não valia a pena ficar pensando naquilo, apenas tinha de aceitar o que já foi, aceitar que para ele ela foi apenas um passatempo de uma noite. Lisa pegou suas coisas indo para o banho onde esfregou seu corpo com tanta força que sua pele ficou vermelha, como se aquela escova pudesse tirar a sujeira com a qual ela tinha manchado seu