–Acerte todas as contas com ela e a tire da minha casa, eu não a quero ver na minha frente outra vez–
Lisa ouviu as palavras dele e levantou a cabeça com um olhar desesperado. –Sim senhor.– respondeu o mordomo e viram seu patrão sair da sala sem olhar para trás. Lisa acompanhou o homem com o olhar e sentiu seu peito apertar enquanto seus olhos se enchiam de lágrimas. Ela não podia ser expulsa, não podia voltar para toscana, não tinha para onde ir. Seria por ter o rejeitado na noite anterior? –Venha comigo.– disse o Mordomo e Lisa acordou e o seguiu de cabeça baixa. O mordomo criou todas as condições para que Lisa fosse embora da mansão imediatamente, providenciou uma passagem, e um quarto numa pensão onde ela podia ficar até partir. Lisa simplesmente aceitou seu destino outra vez e saiu da casa com um futuro incerto sem saber para onde ir. 0000000 –Senhor?– Chamou o Assistente vendo que seu chefe não o respondia apenas mantinha o olhar fixo na parede do escritório. Giovanni piscou e olhou para o homem na sua frente. –Estava falando das vinícolas do sul, a produção baixou e...– –Como permitiram aquela garota entrar em minha casa?– Giovanni cortou o outro que o encarou. –Ela é sobrinha de uma das funcionárias, eu investiguei mais sobre ela e confirmei a história, mas ainda assim, ela pode ter sido contratado por grupos rivais para se aproximar do Senhor, não seria a primeira vez– Giovanni suspirou e jogou a cabeça para trás colocando a mão sobre seu rosto. Se lembrava das inúmeras garotas com aparências semelhantes a de luna que tinham se aproximado dela em situações diferentes e "casuais". Todos sabiam que seu amor por Luna era seu ponto fraco, e as máfias rivais tentavam a todo custo colocar uma mulher em sua vida para tentar a substituir e o destruir. E da vez que ele deixou uma mulher se aproximar quando ainda estava fragilizado, quase foi assassinado, e a partir dali, não permitiu mais que mulher alguma entrasse em sua vida. Mas aquela garota... Era exatamente igual a Luna, seus olhos, sua voz, sua pele, e até seu beijo, era como ver Luna outra vez na sua frente e viva... –Senhor.– Antônio voltou a chamar ao ver que o Chefe esteve o tempo todo em silêncio olhando o nada. –você... você também viu as semelhanças?– Antônio baixou o olhar para seu tablet, não podia negar que as duas eram exatamente iguais, mas não podia admitir aquilo e alimentar a inquietação de seu chefe. –Na verdade eu não achei tantas semelhanças, tirando a cor do cabelo e a cor dos olhos ela não tem nada haver, além disso, claramente é uma garota, quase uma menina ainda, diferente da senhora Luna..– Antônio fez uma pausa. –ela era uma mulher, requintada e fina– Giovanni voltou a olhar para o assistente. –Então acha que estou louco e estou vendo coisas?– –o que?– perguntou nervoso. –se eu não consigo mais identificar a mulher com quem passei metade da minha vida e a confundo com qualquer garota camponesa, então eu devo estar ficando louco certo?– –E-eu não quis dizer isso Senhor... Senhor? Onde vai?– perguntou ao ver o chefe se levantar. –eu vou tomar um ar– –em meia hora tem uma reunião com....– –Cancele tudo.– disse e o Som da porta sendo fechada preencheu o local. Antônio suspirou. Aquela atitude dele fazia lembrar daquela época. Ele não voltaria a se afundar só porque viu uma garota semelhante a ela certo? Giovanni não foi visto nem tiveram notícias dele durante o resto do dia, e aquilo deixou todos preocupados pois não era do feitio dele sumir daquela forma, exceto por aquela época. Os homens o procuraram em todos os bares e clubes que costumava frequentar, todos os lugares que costumava ir. E o medo dele estar jogado em seu carro completamente entorpecido crescia em seus homens. Era quase meia noite quando o carro parou na frente do portão que imediatamente foi Aberto. Giovanni entrou na mansão passando por Antonio e pelo mordomo que estavam ali na entrada o esperando, e caminhou até a sala de estar se jogando na poltrona com a cabeça para trás. –Mestre, precisa de alguma coisa?– perguntou o Mordomo que não obteve resposta logo trocou olhares com o Assistente, mas sua troca de olhares foi interrompida pela Risada que ecoou pela sala. –ah, eu nem sequer posso ir ver o túmulo dela sem precisar pegar um vôo de mais de 2 horas. Eles simplesmente a deixaram ali, longe de mim, como se eu não tivesse direito algum sobre ela– –O Senhor foi para Paris?– perguntou Antônio. –Como mais eu posso ver ela Se eles nem sequer me permitiram me despedir dela uma última vez? Eles simplesmente a colocaram Naquele buraco frio...sozinha.– disse ainda olhando para o teto se lembrando de que teve de fazer um escândalo para poder ver ela antes de a enterrarem e tiveram de abrir o caixão ali no cemitério para ele ver sua Luna uma última vez, tão pálida e fria, mas ainda tão bela e perfeita. –Eu precisava ter certeza que ela estava lá com meus próprios olhos, precisava ter certeza de que não era ela que estava aqui, que não era ela quem eu beijei...– Os dois voltaram a se encarar. –Eu vou marcar uma consulta com a Doutora Gema para amanhã.– disse o assistente e tirou seu celular. –Eu não estou louco, eu só queria ver a mulher que amo, isso é loucura?– Giovanni voltou a ficar em silêncio pensativo antes de se sentar e olhar para o mordomo. –aquela garota, onde ela está?– O homem manteve seu olhar firme no chefe. –Ela já se foi senhor, assim como ordenou– –Se foi... Para onde ela se foi exatamente?– O homem ficou em silêncio. –Eu fiz uma pergunta, Gabriel.– disse sério encarando o mais velho. –eu não sei exatamente senhor, apenas providenciei tudo para que ela saísse da propriedade– –Bom...– Giovanni se levantou. –a encontre e a traga de volta– –Senhor?– –Senhor eu acho que deveria ir se deitar e esperar amanhã quando estiver sóbrio.– propôs o assistente. –está dizendo que não sei o que digo?– perguntou encarando o outro. –de forma alguma senhor, Mas nesta manhã mandou ela embora, entendo que deve estar abalado após ter ido ver o túmulo da senhora Luna, mas tem de entender que elas não são a mesma pessoa, a senhora Luna se foi, e aquela garota não é ela.– disse de forma dura tentando atingir o chefe com a realidade. Giovanni ouviu as palavras do outro não se mostrando nem um pouco atingido. –Eu disse que quero ver ela, agora– –Senhor...– –Eu dei uma ordem!– disse elevando o tom de voz alertando os dois ali. –Tragam a garota aqui, agora–Antônio e Gabriel saíram da sala. –Nós não podemos fazer isso, não podemos trazer a garota de volta!– comentou Gabriel. –Eu sei mas viu o estado dele? A última vez que ele ficou assim foi quando perdeu a senhora Luna– –Mas aquela garota não é a senhor Luna!– –Mas e se ele voltar a ter uma crise? E se essa garota for a solução para ele se recuperar de vez?– –e se for apenas uma espiã enviada por outros grupos?– –Nós não temos outra escolha, sabe que se não o fizer ele fará por si mesmo e a encontrará de qualquer forma, temos de trazer aquela garota de volta se não quisermos perder o chefe outra vez– Gabriel suspirou frustrado, lhe custava admitir mas realmente era aquilo ou ver seu chefe perder o juízo outra vez. Tinham de encontrar aquela garota e a trazer de volta. ....... Lisa estava sentada na cama da pensão perto da estação de trem encarando o nada e perdida em pensamentos. Não sabia o que fazer, não podia voltar para Toscana pois aquele homem ainda estaria lá a
Lisa baixou a cabeça se rendendo, não podia deixar André morrer ali e por culpa sua. Giovanni fez um gesto com a cabeça para um de seus homens que entrou no quarto. –Espero que tenha ficado claro, se obedecer, ele ficará bem, caso não...– Giovanni aproximou seu rosto ao dela. –Eu garanto que você nunca mais o verá– Lisa sentiu seu braço voltar a ser puxado e dessa vez seguiu o homem sem oferecer resistência alguma até o carro. Alguns minutos depois, uma ambulância chegou e Lisa viu André sendo colocado nela numa maca e a ambulância partiu. –Satisfeita?– perguntou Giovanni que estava sentado no banco da frente do carro ao lado do motorista olhando para garota pelo espelho retrovisor. Lisa apenas baixou o olhar e sentiu outra lágrima lhe fugir. Pensou que nenhum homem podia ser pior que Guissepe Leonardo, mas aquele homem... ele era o pior. ...... Gabriel viu Giovanni entrar na mansão com a garota e suspirou derrotado pensando em como tudo iria começar de novo. –Man
Giovanni acordou naquela manhã e se arrumou para sair, mas enquanto se preparava na frente do espelho, parou de ajeitar sua gravata se lembrando da mulher que costumava ajeitar ela para si tão carinhosamente todas as manhãs, e nisso vieram a sua mente imagens da noite anterior e sua cara se tornou numa carranca de desgosto. –ah, eu realmente fiz isso? Eu devo estar ficando louco.– disse se lembrando do ciúme irracional que sentiu ao ver aquela garota com aquele rapaz no quarto e a irritação que sentiu ao ver ela chorar e implorar por outro homem –eu vou enlouquecer de vez– disse e saiu do quarto. Giovanni chegou a mesa do café da manhã que já estava posta, se sentou começando a comer tranquilamente enquanto verificava as notícias em seu Tablet. Gabriel que estava parado ao lado coçou a garganta antes de começar. –Senhor, tem alguma área específica que gostaria que a moça trabalhasse?– –Moça?– perguntou olhando para o mais velho. –Sim, a Moça que o senhor trouxe ontem–
Os dias se passaram e Lisa foi se adaptando a sua nova rotina, acordar, receber as roupas que as criadas da casa grande recolhiam dos quartos e lhe davam, não era muita roupa então tinha tempo para ajudar sua tia nas tarefas dela mesmo ela sempre insistindo naquele assunto desagradável. Felizmente, não tinha falado nem cruzado com o patrão naqueles dias, mal o via pois ele quase que passava o dia todo fora, e aquilo foi um alivio ao pensar que ele certamente tinha feito aquelas coisas porque estava fora de si, e agora ela era só uma empregada comum e invisível para ele como qualquer outra. Giovanni decidiu ir para casa mais sedo naquele dia antes de seu compromisso noturno e relaxar um pouco já que tinham sido dias puxados ajeitando tudo e se pondo a par de tudo que aconteceu enquanto esteve fora. O homem saiu do banheiro após seu banho, vestiu roupas confortáveis, e saiu caminhando pela mansão afim de ir até o terraço de onde podia ver a vista completa de sua propriedade, aquel
Os homens vestidos de preto entraram na boate chamando a atenção de todos, principalmente o homem na frente que se destacava por sua aparência e porte físico. –Senhor Giovanni, É um prazer recebê-lo novamente em nosso estabelecimento, já faz um tempo que não nos visita.– disse o dono da boate de forma bajuladora. –Eles já chegaram?– perguntou sem dar muita importância– –Sim senhor, estão na sala privado o esperando, por favor me acompanhe– Giovanni e seus homens seguiram o homem que foi na frente subindo as escadas para o segundo andar, e abriu a porta da sala onde estavam dois homens sentados em poltronas com alguns homens parados atrás deles. –Senhor Giovanni.– disse o mais velho sorrindo e se levantou indo até o mais novo e apertaram as mãos. –É Muito bom tê-lo de volta, não sabe a falta que fez– –Também é bom vê-lo, Senhor Presidente– –Assim que soube que estava de volta a Itália, a minha filha me pediu para o convidar para um Jantar no Palácio, espero que não se
–S-Senhor, precisa de alguma coisa?– perguntou Lisa receiosa tentando conter seu nervosismo que aumentou assim como seus batimentos ao ver o homem se levantar da cama e caminhar na direção dela. Lisa recuou mas suas costas encontraram a madeira da porta enquanto o homem chegava mais perto, perto o suficiente para ela sentir o cheiro do perfume dele misturado a algo mais que ela não soube identificar. Giovanni olhou para moça fixamente e levou sua mão até o rosto dela o tocando e se inclinou aproximando seus rostos. –Você é tão bela, tão perfeita– Lisa sentiu seu rosto esquentar com a proximidade dele e mais ainda ele a encarando daquela forma e dizendo aquelas palavras. Recebia elogios de homens por sua aparência com certa frequência, mas ouvir especificamente daquele homem fazia seu coração acelerar e sentir coisas em seu estômago. Giovanni fechou os olhos e beijou a testa da moça, um beijo demorado ainda segurando o rosto dela, e logo seus lábios foram até a bochecha ros
Giovanni abriu os polhos sentindo sua cabeça latejar fortemente, e cobriu seus olhos com a mão para bloquear a claridade do sol. Aquela sensação, ele conhecia bem aquela Sensação. Aquelas mulheres tinham o drogado? Mais um motivo para ele não se envolver com aquele tipo de mulheres. Giovanni suspirou e tirou a mão de seus olhos mas franziu o cenho ao ver aquele teto desconhecido, se sentou e olhou a volta notando que aquele não era seu quarto e nem um quarto da boate, parecia um quarto de sua casa mas... Giovanni olhou para o lado da cama vendo a moça ali deitada dormindo profundamente com o corpo nu mal coberto pelo fino lençol, e seu cérebro parou por alguns segundos, logo olhou para seu próprio corpo notando sua nudez por baixo do lençol. "O que aconteceu aqui?" .....Antônio sentiu a demora de seu chefe para o café da manhã, e foi até o quarto dele o procurar. Bateu a porta e entrou, logo viu o homem sair do banheiro com o roupão. –Bom dia senhor– Saudou mas não
Lisa saiu da cozinha com lágrimas nos olhos pensando em como andou o dia todo com aquelas marcas expostas igual uma tonta mostrando a vergonha que tinha feito na noite anterior, e Certamente não demoraria para se espalhar o que ela tinha feito com o patrão. –Lisa!– Chamou Elisabeta e alcançou a sobrinha. –ah minha filha!– disse Elisabeta a abraçando e Lisa a abraçou de volta achando que era um abraço de conforto e estava precisando. Elisabeta desfez o abraço e levou a garota até um banco ali perto. –Me diz como foi? Você foi até o quarto dele ou ele te chamou lá?– Lisa ficou vermelha e voltou a baixar a cabeça. –Ah não seja tímida! Isso acontece entre um homem e uma mulher, como acha que seus pais fizeram você?– –Tia!– –apenas me conte como foi, Ele te procurou primeiro?– –s-sim– –e como ele estava? Apaixonado? Fogoso? Ele foi delicado ou bruto?– –Eu não sei, as vezes era delicado e outras vezes bruto.– Lisa olhou para o lado. –foi minha primeira vez