–Tia eu não posso voltar para toscana, se eu não poder ficar aqui eu não terei para onde ir–
–fique calma.– Elisabeta falou para sua sobrinha ali no quarto. –Eu vou resolver isso, o Gabriel é um velho ranzinza mas ele deve estar ocupado com o jantar, depois eu falo com ele. Agora venha almoçar antes que os trabalhos começem. Elisabete levou sua sobrinha até a cozinha. –Elisabeta, Onde esteve? Me deixou aqui sozinha, sabe que o patrão vem hoje e temos muito que fazer.– Reclamou a cozinheira que servia para os demais funcionários da casa que almoçavam ali na cozinha do Anexo dos criados. –Eu disse a você que iria a estação pegar a minha sobrinha– –ah e onde ela está?– perguntou a mulher e viu a garota entrar ali na cozinha. –Boa tarde.– saudou Lisa com um sorriso educado. Todos se viraram para ver a tal sobrinha. –Madona Mia...– disse a cozinheira deixando cair a colher, e mais 6 pessoas ali se engasgaram, deixaram cair a colher o copo, e tossiam engasgados desde os criados até os seguranças, e todos aqueles ficaram pálidos com os olhares arregalados como se tivessem visto um fantasma. Lisa olhou a volta se sentindo estranha pelos olhares por cima dela. –Não pode ser...– disse a cozinheira e puxou a cadeira para se sentar, sem conseguir parar de olhar a moça. –É um fantasma?– sussurou uma das criadas arrepiada e tremendo sem tirar o olhar da moça. –você... quem... quem é essa moça?– perguntou a cozinheira olhando para Elisabeta. –É a minha sobrinha, Lisa– –São tão parecidas.– comentou um criado. –parecidas? Eu convívio com ela e posso dizer que são iguais, é como olhar para mesma pessoa.– respondeu um segurança. –do que vocês estão falando? Parecida com quem?– perguntou Elisabeta confusa. –Se apressem, os organizadores já chegaram e preciso que tudo fique pronto antes do mestre...– O mordomo que tinha acabado de entrar na cozinha se calou ao olhar para garota outra vez. –Senhora Elisabeta, eu pedi para manter a sua sobrinha no quarto até o jantar dessa noite passar e amanhã bem cedo a lavar até a estação de volta pois ela não pode ficar aqui.– informou o homem com a cara nada boa. –Mas a menina vai comer no quarto como uma prisioneira? Ela só vai almoçar e depois volta para o quarto, não se preocupe– Respondeu Elisabeta. Gabriel suspirou estressado e olhou para os demais que ainda olhavam para garota com aquele olhar de espanto. –Espero que todos tenham em mente que os peixes morrem por abrir suas bocas, então, mantenham as suas fechadas.– avisou o homem e todos desviaram o olhar dando atenção aos seus pratos. Elisabeta olhou para cozinheira que desviou o olhar. Ela não sabia o que estava acontecendo, mas iria descobrir logo. Após o almoço, Elisabeta levou Lisa ao quarto e voltou para cozinha onde estava a cozinheira limpando a mesa. –Precisa de ajuda.– perguntou Elisabeta. –Claro, estão todos tão ocupados– –ah Sim, mas você já tem uma certa idade e devia descansar, devia deixar isso para as moças, realmente precisamos arrumar mais moças, por isso a minha sobrinha deveria ficar aqui e ajudar nas tarefas não acha?– A Cozinheira parou o que fazia e se virou para outra mulher. –por que o senhor Gabriel é tão contra a ideia da minha sobrinha ficar aqui? O que ela tem de errado? É bonita, jovem, trabalhadora, inteligente, poderia até trabalhar dentro da casa grande. E porque todos olharam para ela daquela forma?– A mulher se sentou e soltou um suspiro cansado. –A sua sobrinha Não pode ficar aqui por causa do patrão– –Como assim por causa do patrão?– A cozinheira soltou outro suspiro. –Você começou a trabalhar aqui há pouco tempo e não sabe. o patrão... Ele teve uma noiva, ele a amava muito, estavam juntos há anos, aquele namoro de adolescentes, mas o amor deles era verdadeiro, almas gêmeas e ficaram juntos até se tornarem adultos ainda muito apaixonados, noivaram e estavam com a data de casamento marcada, mas então aconteceu uma tragédia e a moça morreu. O patrão ficou completamente abatido com a morte dela, ele perdeu o sentido de viver, nós quase o perdemos por conta de sua tristeza, e após muito tempo fazendo tratamento psicológico, ele se recuperou e aos poucos voltou a ser o que era, bom não como antes porque ele se fechou completamente, mas todos os dias no dia em que ela morreu, ele desaparece por uma semana, ele ainda a tem no coração, e tenho certeza que ele jamais amara outra mulher porque aquela mulher morreu com o coração dele em suas mãos– Elisabeta estava chocada com a história, via o patrão poucas vezes mas ao seu ver era um homem de elite normal, bonito, sempre trabalhando e calmo. Não imaginava que ele carregava aquela história e sendo tão jovem. –mas, o que a minha sobrinha tem haver com isso? Por que ela não pode ficar aqui por causa do patrão?– –A sua sobrinha... é a sombra da falecida noiva do patrão, as duas são iguais, idênticas, eu me sustei quando olhei para sua sobrinha porque achei que era a falecida, achei que estava vendo um fantasma. Por isso ela não pode ficar aqui, se o patrão a ver ele pode... ah eu não sei o que ele pode fazer, mas com certeza não vai ser uma coisa boa esses dois se encontrarem, então pelo bem do patrão e pelo bem da sua sobrinha, é melhor ela ir embora– –ah, eu entendo, eu vou falar com ela então, a última coisa que quero é causar algum tipo de problema– –isso é o certo a se fazer, com o coração e a mente não se deve brincar– ..... Lisa ouviu a porta do quarto ser aberta e se se levantou. –Então tia, falou com ele? Eu posso ficar?– –Claro que pode, quem diria não a uma garota tão bonita quanto a minha sobrinha?– Lisa sorriu feliz ao ouvir aquilo. –mas para ficar você precisa fazer exatamente o que eu te disser entendeu?– Lisa confirmou com a cabeça. –Eu prometo obedecer a senhora tia, eu não vou causar confusão e nem ser um problema para senhora– –Otimo, se fizer tudo que eu lhe disser, você vai ter um futuro muito brilhante nessa casa– Elisabeta sorriu Largo e abraçou a sobrinha que a abraçou de volta feliz com aquela oportunidade de poder ficar e trabalhar ali. Elisabeta sorriu mais enquanto acariciava os cabelos da mais nova. Não podia deixar aquela oportunidade passar, se aquela garota era a cópia da falecida noiva do patrão, tudo que tinha de fazer era colocar ela na frente dele. A mulher sorriu feliz e soltou um suspiro interno imaginando em como sua vida mudaria dali há algum tempo graças a sua querida sobrinha e a semelhança com a tal falecida noiva do chefe. Ela a tornaria na substituta perfeita.A comitiva de carros pretos entrou pelos portões da mansão, e o carro onde estava o chefe parou de frente a entrada da mansão onde estavam os criados em fila aguardando para receber seu patrão. A porta do carro foi aberta por um dos seguranças e de lá Desceu o homem de terno preto, cabelos pretos curtos num penteado simples mas elegante que combinava perfeitamente com seu rosto masculino, dono de um belo par de olhos azuis e um corpo com ombros largos e braços firmes assim como suas pernas. –Seja bem vindo Senhor Giovanni!– saudaram os criados num tom ordenado assim como suas posturas. O homem apenas fez um aceno de cabeça respondendo a saudação. –Seja bem vindo mestre.– Saudou o mordomo se aproximando do homem. –Gabriel!– Giovanni tirou um sorriso simples ao ver o homem mais velho, e abriu os braços indo até ele lhe dando um abraço e dois beijos no rosto. –Você organizou tudo isso? Deve tirar umas férias para descansar um pouco.– disse caminhando para dentro da mansão com
Giovanni ouvia seus pensamentos com os olhos ainda fixos na mulher a sua frente. –S-senhor...– Lisa se calou ao sentir a mão do homem em seu rosto a tocando de forma delicada e hesitante, e logo o olhar dele suavizou assim como o aperto em seu pulso. –Luna... Minha Luna– Giovanni pronunciou aquele nome que a tanto não pronunciava e seus lábios se encheram com um sorriso que há muito não sentia. –É você, minha Luna.– disse levantando a outra mão e segurou a outra parte do rosto dela mantendo assim o rosto dela em suas mãos. Lisa franziu o cenho e ficou um pouco desconfortável com ele a segurando daquela forma tão íntima, e passou de desconforto a rubor e desespero o que fez seu corpo congelar quando o homem deu um passo em sua direção fechando a distância entre seus corpos e acariciou a pele de sua bochecha com o polegar. –Você está aqui, você voltou para mim– Lisa entre abriu os lábios para poder dizer algo, mas seus olhos se arregalaram ao sentir os lábios quentes do home
–Acerte todas as contas com ela e a tire da minha casa, eu não a quero ver na minha frente outra vez– Lisa ouviu as palavras dele e levantou a cabeça com um olhar desesperado. –Sim senhor.– respondeu o mordomo e viram seu patrão sair da sala sem olhar para trás. Lisa acompanhou o homem com o olhar e sentiu seu peito apertar enquanto seus olhos se enchiam de lágrimas. Ela não podia ser expulsa, não podia voltar para toscana, não tinha para onde ir. Seria por ter o rejeitado na noite anterior? –Venha comigo.– disse o Mordomo e Lisa acordou e o seguiu de cabeça baixa. O mordomo criou todas as condições para que Lisa fosse embora da mansão imediatamente, providenciou uma passagem, e um quarto numa pensão onde ela podia ficar até partir. Lisa simplesmente aceitou seu destino outra vez e saiu da casa com um futuro incerto sem saber para onde ir. 0000000 –Senhor?– Chamou o Assistente vendo que seu chefe não o respondia apenas mantinha o olhar fixo na parede do escritório. G
Antônio e Gabriel saíram da sala. –Nós não podemos fazer isso, não podemos trazer a garota de volta!– comentou Gabriel. –Eu sei mas viu o estado dele? A última vez que ele ficou assim foi quando perdeu a senhora Luna– –Mas aquela garota não é a senhor Luna!– –Mas e se ele voltar a ter uma crise? E se essa garota for a solução para ele se recuperar de vez?– –e se for apenas uma espiã enviada por outros grupos?– –Nós não temos outra escolha, sabe que se não o fizer ele fará por si mesmo e a encontrará de qualquer forma, temos de trazer aquela garota de volta se não quisermos perder o chefe outra vez– Gabriel suspirou frustrado, lhe custava admitir mas realmente era aquilo ou ver seu chefe perder o juízo outra vez. Tinham de encontrar aquela garota e a trazer de volta. ....... Lisa estava sentada na cama da pensão perto da estação de trem encarando o nada e perdida em pensamentos. Não sabia o que fazer, não podia voltar para Toscana pois aquele homem ainda estaria lá a
Lisa baixou a cabeça se rendendo, não podia deixar André morrer ali e por culpa sua. Giovanni fez um gesto com a cabeça para um de seus homens que entrou no quarto. –Espero que tenha ficado claro, se obedecer, ele ficará bem, caso não...– Giovanni aproximou seu rosto ao dela. –Eu garanto que você nunca mais o verá– Lisa sentiu seu braço voltar a ser puxado e dessa vez seguiu o homem sem oferecer resistência alguma até o carro. Alguns minutos depois, uma ambulância chegou e Lisa viu André sendo colocado nela numa maca e a ambulância partiu. –Satisfeita?– perguntou Giovanni que estava sentado no banco da frente do carro ao lado do motorista olhando para garota pelo espelho retrovisor. Lisa apenas baixou o olhar e sentiu outra lágrima lhe fugir. Pensou que nenhum homem podia ser pior que Guissepe Leonardo, mas aquele homem... ele era o pior. ...... Gabriel viu Giovanni entrar na mansão com a garota e suspirou derrotado pensando em como tudo iria começar de novo. –Man
Giovanni acordou naquela manhã e se arrumou para sair, mas enquanto se preparava na frente do espelho, parou de ajeitar sua gravata se lembrando da mulher que costumava ajeitar ela para si tão carinhosamente todas as manhãs, e nisso vieram a sua mente imagens da noite anterior e sua cara se tornou numa carranca de desgosto. –ah, eu realmente fiz isso? Eu devo estar ficando louco.– disse se lembrando do ciúme irracional que sentiu ao ver aquela garota com aquele rapaz no quarto e a irritação que sentiu ao ver ela chorar e implorar por outro homem –eu vou enlouquecer de vez– disse e saiu do quarto. Giovanni chegou a mesa do café da manhã que já estava posta, se sentou começando a comer tranquilamente enquanto verificava as notícias em seu Tablet. Gabriel que estava parado ao lado coçou a garganta antes de começar. –Senhor, tem alguma área específica que gostaria que a moça trabalhasse?– –Moça?– perguntou olhando para o mais velho. –Sim, a Moça que o senhor trouxe ontem–
Os dias se passaram e Lisa foi se adaptando a sua nova rotina, acordar, receber as roupas que as criadas da casa grande recolhiam dos quartos e lhe davam, não era muita roupa então tinha tempo para ajudar sua tia nas tarefas dela mesmo ela sempre insistindo naquele assunto desagradável. Felizmente, não tinha falado nem cruzado com o patrão naqueles dias, mal o via pois ele quase que passava o dia todo fora, e aquilo foi um alivio ao pensar que ele certamente tinha feito aquelas coisas porque estava fora de si, e agora ela era só uma empregada comum e invisível para ele como qualquer outra. Giovanni decidiu ir para casa mais sedo naquele dia antes de seu compromisso noturno e relaxar um pouco já que tinham sido dias puxados ajeitando tudo e se pondo a par de tudo que aconteceu enquanto esteve fora. O homem saiu do banheiro após seu banho, vestiu roupas confortáveis, e saiu caminhando pela mansão afim de ir até o terraço de onde podia ver a vista completa de sua propriedade, aquel
Os homens vestidos de preto entraram na boate chamando a atenção de todos, principalmente o homem na frente que se destacava por sua aparência e porte físico. –Senhor Giovanni, É um prazer recebê-lo novamente em nosso estabelecimento, já faz um tempo que não nos visita.– disse o dono da boate de forma bajuladora. –Eles já chegaram?– perguntou sem dar muita importância– –Sim senhor, estão na sala privado o esperando, por favor me acompanhe– Giovanni e seus homens seguiram o homem que foi na frente subindo as escadas para o segundo andar, e abriu a porta da sala onde estavam dois homens sentados em poltronas com alguns homens parados atrás deles. –Senhor Giovanni.– disse o mais velho sorrindo e se levantou indo até o mais novo e apertaram as mãos. –É Muito bom tê-lo de volta, não sabe a falta que fez– –Também é bom vê-lo, Senhor Presidente– –Assim que soube que estava de volta a Itália, a minha filha me pediu para o convidar para um Jantar no Palácio, espero que não se