Falar não é a única função da boca, serva.
Hanna
Voltei para perto dos cavalos e acariciei um deles. Os pelos eram bem tratados e sedosos, podia dizer que eram mais macios que os meus cabelos. Não que eu fizesse muita questão de amaciar meus cabelos.
O príncipe demorou um pouco para retornar, mas voltou sozinho, eu não vi para onde o outro foi, tampouco escutei o que falaram.
Na verdade, não me interessa, meu mundo é pequeno demais para me preocupar com outras coisas a não ser minha vida humilde de humana.
Imagino que, como príncipe e braço direito do rei, Oryan tem muito a fazer e se preocupar. Eu também não posso desconsiderar seus feitos, mas não vou admitir minha pequena admiração em voz alta.
A volta foi mais devagar e aquele silêncio era muito incômodo, nunca passei tanto tempo de boca fechada como hoje.
Queria poder conversar, mas eu ainda tenho que tomar cuidado para manter minha língua como parte da minha boca.
Será que ele pode tolerar nem que seja um pouco?
— Posso fazer uma pergunta?
— Já está perguntando, serva