Ele não precisaria morrer por mim aos trinta.
Nós dois poderíamos viver… finalmente livres.
Respirei fundo e assinei "Selena" no contrato de vínculo.
Lembrei-me dos arrependimentos que ele havia escrito em seu diário:
Se arrependendo do nosso vínculo forçado.
Não ter desafiado os pais.
Não ter conseguido salvar Selena.
Um arrependimento concluído.
Saí segurando as duas cópias do contrato. Killian estava esperando.
Ele estendeu a mão para pegar os papéis, mas eu o detive com um sorriso.
— Amanhã — disse suavemente. — Deixe que seja uma surpresa.
Ele estreitou os olhos.
— Você está agindo de forma estranha. O quê, ser ligada a mim mexeu com a sua cabeça?
Talvez. Ou talvez eu estivesse apenas aliviada por vê-lo respirando novamente.
— Acho que você é o melhor Alfa do mundo. — Eu disse.
— Qualquer pessoa que ficar ao seu lado será sortuda.
Ele bufou e virou-se, mas, se eu não o conhecesse tão bem, diria que ficou sem graça.
Perto dali, um jovem casal conversava animadamente.
— Vai ter uma chuva de meteoros rara esta noite! Dizem que, se você assistir com seu parceiro, o vínculo durará para sempre!
Meu coração vacilou.
Na minha primeira vida, eu havia implorado para que ele fosse ver as estrelas comigo.
Ele zombou de mim.
— Estrelas não consertam vínculos forçados, Clara. Você está sonhando.
Desta vez, permaneci em silêncio.
Mas então Killian me surpreendeu.
— Se quiser ver as estrelas — Disse ele. — Eu a levo. Mas não espere uma lua de mel, tenho trabalho.
Pisquei, surpresa.
Depois sorri. Porque mesmo quando cruel, ele sempre teve bondade em si.
Ele me salvou três vezes.
Uma vez, quando fui atacada por lobos rebeldes na floresta.
Ele se transformou no ar, rasgando-os para longe de mim.
Recebeu um golpe no peito, uma garra coberta de prata e ficou com uma cicatriz que nunca se curou.
Outra vez, durante o ataque da Lua de Inverno.
Lobos selvagens incendiaram a cabana dos curandeiros.
Eu estava presa.
Ele se transformou, me arrastou por entre fumaça e fogo, as patas em carne viva.
Não parou até que eu estivesse a salvo.
E uma vez… quando um Alfa rebelde me injetou prata diluída.
Desabei.
Killian usou as próprias presas para sugar o veneno sabendo que a prata também podia matá-lo.
Ele caiu.
Eu vivi.
Como eu poderia não amá-lo?
Killian suspirou, impaciente.
— Vai vir ou não?
Assenti.
— Vamos ver as estrelas esta noite.
Ele relaxou, acenou para um táxi.
— Vou deixá-la em casa primeiro. Depois passo para buscá-la.
Então o telefone dele vibrou. Suas sobrancelhas se franziram.
— Selena machucou a mão. Vou ver como ela está. Vá para casa.
Assenti.
— Está bem.
Ele estreitou os olhos.
— Você não está com raiva? Normalmente faria um escândalo.
Comecei a responder, mas ele me interrompeu.
— Acho que tudo bem. Agora estamos ligados. Ela não representa mais uma ameaça para você. Me avise quando chegar.
E foi embora.
Ele não viu a dor no meu peito nem o sorriso triste que carregava meu rosto.
A verdade é que… eu nunca tentei impedi-lo de amá-la.
Mas uma vez, peguei Selena com um lobo mais velho beijando-o como se já tivesse feito isso muitas vezes antes.
Investiguei. Ela tinha vários "benfeitores".
Patrocinadores. Segredos.
Contei a Killian.
Ele não acreditou em mim.
Depois que ela morreu, ele chorou por ela durante uma década.
A lembrança dela o acorrentou.
E eu…
Eu não podia permitir que isso acontecesse novamente.