Roberto empurrou a porta e entrou.
Clara pensou que Jorge tivesse voltado e, animada, chamou:
— Mano...
Mas, ao ver Roberto, seu olhar se apagou na hora e engoliu o que ia dizer.
Ela parecia um cachorrinho abandonado, tão triste e indefesa.
Roberto pegou um lenço de papel e enxugou suas lágrimas.
— Eu realmente não entendo... Você se importa tanto com seu irmão, por que não dá o braço a torcer?
— Eu não fiz nada de errado, por que eu deveria? — Clara rebateu, com a voz embargada. — Eu nem me importo com ele. Se ele não me ama, eu também não amo ele.
Roberto soltou um riso seco.
— Continue assim... Um dia você ainda vai se arrepender.
Clara fingiu não ouvir.
Ela não achava que estava exagerando e não admitia que pudesse se arrepender.
— Estou com sede — Murmurou ela, a garganta áspera.
Roberto olhou a água em cima da mesa, pegou um canudo na gaveta e ajudou ela a beber.
Depois de uns goles, a garganta ficou menos seca, deu um alívio.
— Foi você que ligou para o meu irmão? — Perguntou el