Rita teve um leve sobressalto ao abaixar o copo, mas logo voltou ao normal.
— Ah, então o Sr. Jorge se casou com a Srta. Isabela...
— Casou, sim. Ele e a Isabela já tinham registrado no cartório faz tempo, só esconderam de mim. Eu só perguntei por que esconderam e ele já veio brigar comigo. Agora, dentro de casa, eu não tenho mais voz nenhuma. — Ela pegou de volta a taça e encheu até a borda. — No fim das contas, eu sou uma coitada que ninguém ama, ninguém se importa. Se eu morrer aqui, ninguém vai chorar por mim.
— Não fale assim. — Disse Rita. — O Sr. Jorge ama muito você.
— Você não sabe de nada. — Clara forçou um sorriso torto. — Minha cunhada está grávida. Meu irmão faz tudo por ela, minha mãe também. Agora ela virou a rainha da casa. Me amar? Ele até me amava antes... Mas depois que a Isabela entrou lá na casa, acabou. Nunca mais ele olhou para mim do mesmo jeito.
Rita virou o resto da bebida de uma vez.
Cada palavra de Clara caía como um trovão na cabeça dela.
Ela não imaginava