Tomas ficou calado, sem dizer mais nada.

Os pais amavam seus filhos; geralmente era assim. Claro, existiam exceções, alguns poucos pais que não amavam seus filhos. Mas amar não significava controlar, muito menos usar os filhos como instrumentos para satisfazer a própria vaidade. Tomas entendia muito bem as intenções de sua mãe. Contudo, neste mundo, a maioria das pessoas era comum. Aqueles que alcançavam o sucesso, que tinham habilidades excepcionais, eram poucos. Sua mãe não compreendia que aquilo que ele não queria fazer não poderia ser imposto a outra pessoa. Mesmo que ele explicasse, ela não entenderia. Então, ele preferia não falar. Falar demais só levaria a discussões. Melhor era não dizer nada.

Mas Fernanda interpretava o silêncio do filho como um ato de desafio.

— Estou velha, não sirvo mais para nada, e agora vocês nem se importam mais comigo.

Tomas suspirou, sem palavras.

— Pare o carro, eu vou descer e pegar um ônibus para voltar sozinha. — Fernanda começou a reclamar