Isabela mal podia acreditar no que ouviu.Ela segurava com força o cinto de segurança, e seu rosto estava cheio de incredulidade. Com a voz baixa, ela disse:— Você enlouqueceu? Para quê me trouxe aqui? Eu ainda estou de pijama, não vou descer do carro, me leve de volta!Jorge ficou parado na frente da porta do carro.— A prova está na minha casa. Se eu não te trouxesse aqui, como iria provar?— Você está tentando me enganar? — Isabela estava completamente rejeitando a ideia. Entrar na casa de Jorge vestindo um pijama era completamente absurdo.— Que prova? Fala logo, não fica de mistério. — Isabela estava claramente insatisfeita com a atitude de Jorge.Ela não ousava falar mais alto, para não chamar atenção das pessoas dentro da casa dele.Jorge a observou em silêncio por alguns segundos.— Se eu falar, você vai acreditar em mim?— Eu...— Desça, vai. — Jorge falou com voz calma.Isabela o olhou e perguntou:— Você já pensou em mim? Eu estou assim, vestida desse jeito, se seus pais me
Diante da postura elegante e cortês de Alícia, Isabela se sentiu um pouco desconfortável.Ela achava que estava sendo indelicada ao aparecer na casa dos outros daquele jeito. Nunca imaginou que um dia se encontraria naquela situação na casa de Jorge.No entanto, felizmente, não encontrou muitas pessoas, o que evitou o constrangimento.Embora tivesse várias reclamações sobre Jorge, Isabela sentia um grande respeito pela mãe dele.— Alícia, peço desculpas pela visita inesperada. — Isabela respondeu com educação e simplicidade.— Fico feliz com a sua visita. — Alícia disse com sorriso. — Vou pedir para a Laura preparar mais comida, fiquem à vontade.Ela se virou e foi em direção à cozinha.Jorge puxou Isabela para o andar de cima.Ele a levou até o seu quarto e disse:— Fique aqui esperando.Isabela rapidamente perguntou:— Quanto tempo você vai demorar?Ela não estava confortável naquele ambiente e não queria ficar ali por muito tempo.— Vai ser rápido. — Jorge respondeu e fechou a porta
Isabela ainda não tinha terminado de falar, quando a mão de Jorge de repente tocou sua bochecha. Aquele contato inesperado fez com que seu corpo estremecesse ligeiramente e sua garganta ficasse apertada, de modo que ela não conseguiu emitir nenhum som por um momento.A mão dele desceu lentamente, os dedos mornos deslizando por sua boca. Em seguida, o corpo alto de Jorge se inclinou, aprisionando o corpo dela. O espaço apertado estava completamente cheio de sua presença.Ele se aproximou dela, seu hálito quente perto da orelha de Isabela. Ela tentou desviar o rosto, mas ele a beijou suavemente na nuca.— Dr. Jorge, não faça isso...Quando ela virou o rosto, Jorge a beijou com precisão nos lábios. Isabela, já tendo reagido, se pressionou contra o peito forte dele.— Hmm...Os beijos dele antes eram leves, não a incomodavam. Mas daquela vez o beijo foi profundo e intenso, cheio de agressividade. Isabela não conseguia empurrar ele, por mais que tentasse. Ele parecia uma montanha inabalável
Quando Jorge virou o olhar, Isabela instintivamente escondeu as roupas molhadas atrás das costas.Ela forçou um sorriso meio sem graça.Jorge percebeu o gesto dela e deixou escapar um leve sorriso.Isabela simplesmente ignorou a expressão dele.Ela sabia que, se dissesse que queria ir embora, Jorge não se ofereceria para levar ela.Aquele lugar era longe demais do centro da cidade, e sem carro seria difícil voltar. Por isso, ela olhou para a mãe dele.— Alícia, será que seu motorista poderia me levar de volta, por favor?Alícia não esperava aquele pedido de Isabela. Ela olhou imediatamente para o filho.— Depois do almoço. — Jorge disse.Como o filho já tinha falado, Alícia, claro, não insistiria.— Não precisa ter pressa. — Disse ela, segurando a mão de Isabela e dando um tapinha carinhoso. — Não fique constrangida! Foi mesmo coincidência hoje, não tem ninguém em casa, só eu. A gente já se conhece faz tempo, vamos comer alguma coisa juntas, tá bom? Ou você não quer?Isabela abriu a bo
Isabela ignorou automaticamente a segunda metade da frase, focando toda a atenção na primeira parte.Ele quase nunca ficava no país antes.Só estava ficando naquele ano.Um império empresarial enorme.Pelo visto, ele não era apenas advogado.Ela bem que suspeitava que um advogado top de linha não teria uma mansão daquele nível.Então ele realmente escondia algum segredo.Ela não sabia absolutamente nada sobre ele.— Eu pareço com o tal amor do passado dele, né? — Isabela soltou do nada.Então ele tinha ficado no país, trabalhado no escritório de advocacia, tudo só para se aproximar dela.Alícia ficou chocada!— Srta. Isabela, acho que você entendeu errado...Alícia ainda estava no meio da explicação quando Jorge apareceu.Ele largou o celular.Provavelmente já sabia mais ou menos o que estava acontecendo ali, ele puxou uma cadeira e se sentou.Alícia, por sua vez, ficou inquieta. Será que tinha falado alguma besteira?Se por causa dela eles acabassem brigando... Ou até terminando, ela
— Eu acredito. — Isabela disse.Na verdade, aquilo já não parecia tão importante.E se fosse ela na foto? Mudaria algo?— Sua mãe sabe que eu sou a ex-esposa do Sandro? Se ela souber, você acha que ela vai me aceitar como sua nora? E sua irmã? Se souber que estou com você, talvez não aceite bem eu me tornar a esposa do irmão dela, não é? — Ela se virou para Jorge e continuou. — Eu não aceito mentiras, de nenhum tipo. Não aceito, mesmo que você tenha mil razões para isso.Ele já deveria ter contado a ela que Clara era sua irmã. Ele deveria ter explicado tudo, que seu trabalho não era só de advogado. Não, na verdade, ser advogado era o título menos importante que ele possuía.Mas ela não sabia de nada. Ela ainda dizia, de maneira ingênua, que queria tentar com ele. Achava que eles que compartilhavam a mesma paixão pelo Direito.Mas, no fim, ela descobriu que não era bem assim.— Mentira? — Jorge perguntou. — Você acha que o que eu disse foi uma mentira?— Quando eu aceitei tentar ficar c
Quando chegou em casa e fechou a porta, Isabela sentiu o corpo todo sem forças, como se tivesse sido esvaziada por dentro. Ela se encostou na porta e, aos poucos, foi escorregando até se sentar no chão.Sua mente ficou em branco, e tudo ao seu redor parecia irreal.Parecia que não pensava em nada, mas ao mesmo tempo, pensava em tudo.As lembranças dos momentos com Jorge vinham à tona como fragmentos, invadindo sua mente, uma cena após a outra.Ela não entendia o que estava sentindo. Já tinha deixado tudo claro para ele, e Jorge também não insistiu nem a procurou mais. Era para ela estar aliviada, até feliz.Mas seu peito pesava como se carregasse uma pedra.Demorou um tempo até conseguir se acalmar. Só então se levantou devagar, se apoiando com dificuldade. Ela caminhou com passos trôpegos até o sofá, largou a sacola de papel de qualquer jeito e deixou o corpo cair, como uma marionete sem vida.Não tinha feito nada demais, mas se sentia exausta.Exausta de verdade.Seus olhos estavam v
Isabela ajeitou a expressão e disse com firmeza:— Você só vai fazer bem feito se realmente gostar disso.Leonardo deu um leve sorriso. Na verdade, já estava começando a achar a profissão interessante, achou tudo aquilo bem divertido.Ao saírem, Isabela foi com Leonardo no carro dele até o escritório de advocacia.Leonardo foi estacionar, e enquanto Isabela o esperava na porta, aquela garota apareceu. Ela contou que o tribunal havia obrigado a mãe a entregar o dinheiro, e que, assim que tivesse o valor em mãos, iria embora.Isabela desejou boa sorte a ela.A garota agradeceu antes de partir.Leonardo se aproximou, viu a garota indo embora e perguntou:— Ela veio falar com você sobre o quê?— Nada demais. — Respondeu Isabela, entrando no prédio.Ela ficou esperando o elevador, parada em frente à porta.Leonardo ficou ao lado dela e começou:— Ela parece tão coitadinha, né?Isabela não respondeu.Leonardo comentou, inclinando a cabeça:— Mana, você tem um coração de pedra mesmo.Ele acha