— VOCÊ SABIA, SABIA TODO ESSE TEMPO E ESCONDEU A VERDADE DE MIM!
Meu banheiro parecia um tribunal, só que com duas pessoas colocando todas as cartas na mesa, onde o juiz era um hipócrita que também ocultava as verdades da sua vida, tentando se passar de bom— moço.
— Eu não tinha que te contar nada! — debato. — Isso é problema meu, uma coisa minha. Minha morte não é sobre você, é sobre mim.
— QUE PORRA TÁ DIZENDO, MILA?
Ele estava muito furioso.
— ESTOU PEDINDO PARA VOCÊ NÃO SE ENVOLVER, CARAMBA! — berro na mesma altura que ele.
— Como tem coragem de me pedir isso? — ele range os dentes para mim, com a face do diabo, me encarando duramente.
— E— Eu não sei, Benjamin... — amoleço.
A verdade é que nem mesmo eu estava pronta para lidar com isso. Nunca estive. Talvez nunca esteja.
— Como assim não sabe? — questionou indignado. — Você mora com ele, almoça com ele, conversa com ele, dormem juntos na porra da mesma cama...
— EU SEI!
"Deus, eu não estou pronta para isso agora..."
— Sa