Capítulo 7

O sábado amanheceu chovendo e Mel levou Black para o seu quarto durante a noite. Ela deu um alerta para ele não miar em hipótese alguma, e o gato não emitiu um único som. Entretanto, Mel deu um pulo da cama ao acordar e não encontrar o bichinho de estimação.

Nick acordou com alguma coisa macia e quente na curva do seu braço. Ao abrir os olhos e acender a lanterna do celular, o susto foi tão grande, que ele não teve reação. O gato preto enfiou a cabeça debaixo do edredom para fugir da claridade e ficou imóvel.

Nick franziu a testa quando ele tirou uma patinha para fora e empurrou a mão dele, em um sinal de que não queria a lanterna apontada para a sua cara. A bola de pelo se aconchegou contra o seu peito. O garoto espirrou. Black encarou Nick com curiosidade.

Descrente após ouvir Nick espirrar, Mel entrou no quarto e acendeu a luz. Ela não fechou a porta do quarto dela porque Nick poderia ter algum tipo de problema durante à noite. E ela não pensou que Black fosse se enfiar justo na cama dele.

Nick viu o pavor estampado no rosto de Mel, e soube que ela tinha tido a audácia de levar um gato para dentro da sua casa. Ela se aproximou da cama, mas o bichinho estava do outro lado, ela se inclinou sobre Nick. Black se escondeu debaixo do edredom preto.

- Vem cá, Black!

Nick não perdeu a chance quando Mel se inclinou mais sobre ele, e passou a mão na bunda empinada dela.

- Quer apanhar de novo?

- Você está indo ladeira abaixo. Uma bofetada e um gato.

Black miou ao ser puxado pela dona furiosa por ele ter sido descoberto.

Nick ordenou em voz alta:

- Para! Você está machucando ele!

Só então, Mel percebeu que ela estava puxando Black pelas patas traseiras, e ele estava com as patas dianteiras presas na camiseta preta de Nick, que o pegou e o colocou contra o peito. O gato deitou mansinho.

Mel explodiu.

- Gato traidor!

Nick sorriu e passou a mão na cabeça de Black. Mel estendeu os braços.

- Devolve o meu gato. Você é alérgico.

- Mas isso não quer dizer que eu não gosto de animais. - O garoto não podia perder a oportunidade. - Eu adoro.

Mel viu Black revirar os olhos com as carícias no seu pescoço.

- Não finja que gosta do meu gato preto só para me agradar.

- Por que eu iria querer agradar você?

Mel não respondeu e pegou Black. Ele deitou nos peitos dela. Nick desdenhou.

- Eu nunca pensei que fosse ter inveja de um gato.

- Eu já volto para te colocar no banho.

O garoto sorriu torto.

- Mal posso esperar, Mel.

A enfermeira arqueou a sobrancelha.

- Não tem nenhum apelido carinhoso para mim hoje?

- Isso é coisa de adolescente. Eu sou homem.

Mel quase tropeçou nos próprios pés ao sair do quarto sob um olhar de puro tesão, não reprimido. Se ela não abrisse os olhos, Nick iria traça-la. Black fez pouco caso do esporro que ele teve que ouvir.

Mel vestiu roupa branca, sapatos da mesma cor e prendeu o cabelo em um coque frouxo. Ela estava ali a trabalho, e tinha que estar vestida de forma adequada.

Após o farto café da manhã, trancou Black no quarto de passar roupa, e depois, decidiria o que fazer com o gato traidor. Se a chuva desse uma trégua, poderia solta-lo no jardim imenso.

Mel não encontrou o seu paciente na cama e bateu na porta do banheiro.

- Nick.

- Entra.

A enfermeira levou a mão na maçaneta da porta, mas achou melhor perguntar primeiro:

- Você precisa de ajuda?

- É claro. Eu estou inválido.

Mel suspirou e revirou os olhos com o drama de Nick. Ele poderia levar uma vida quase normal. Porém, preferia se fazer de vítima.

- Está vestido?

- Sim. Eu vou tomar banho de roupa.

Hesitante, sem saber o que ela poderia encontrar do outro lado, Mel abriu a porta. Sentado na cadeira de banho, ao lado da cadeira de rodas, Nick estava pelado com uma mão sobre o pênis.

- Você já usou o vaso sanitário?

- Sim. Eu já usei. Pode colocar sais de banho na banheira?

Mel passou a língua pelos lábios.

- É melhor você tomar banho normal. Por causa do ferimento não deve ficar em água parada por muito tempo.

- Água morna e sabonete antisséptico. Depois eu me enxaguo na ducha fria. Eu tenho que me livrar das bactérias do seu gato.

Mel estreitou os olhos.

- Não fale do meu gato! Ele é mais...

Nick tirou a mão do pênis e estendeu para abrir a torneira da banheira de hidromassagem. Branca e oval, ao lado da janela que dava vista para o jardim. Os pingos da chuva escorriam pelo vidro blindado.

Mel jogou uma toalha no colo de Nick e despejou um pouco de sal de banho de lavanda na banheira. Ela sentou na borda e tirando o curativo do abdômen dele, ficou satisfeita por não ter sinais de pus.

- Eu lamento pelo Black ter invadido o seu quarto. Isso não vai acontecer de novo. Ele é um gato muito tranquilo e obediente. Ele entendeu que não deve subir a escada e nem a rampa.

Nick manteve a toalha sobre as coxas grossas e peludas. Ele olhou para Mel e notou como a pele dela era perfeita.

- Tem quantos anos?

- Vinte e oito.

Dez anos mais velha do que ele, Nick pensou com excitação. Sua enfermeira era uma mulher séria e profissional.

Para come-la, ele tinha que começar pelas beiradas. Apesar dele ser bonito, Nick sabia que era difícil ser atraente em uma cadeira de rodas.

Sua auto estima estava abalada, mas o pau precisava de alívio. Ele apoiou as mãos na cadeira, ergueu o corpo, a toalha caiu, Mel virou o rosto e perguntou irritada:

- Você não tem problema nenhum em ficar pelado na frente dos outros?

- Não. Principalmente, quando estou interessado.

Mel manteve o olhar no chão até ela sentir Nick sentar na borda da banheira, e usar as mãos para colocar as pernas para dentro da jacuzzi. Ele suspirou com a água pela cintura.

- Me esfrega.

Mel virou lentamente. De costas para ela, Nick estendeu a bucha roxa. Ela pegou e começou a passar nas costas largas dele, observando a tatuagem de dragão. O cheiro de lavanda fez Mel inalar profundamente.

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