— Mãe? - Madeline gritou antes de sentir a mão grande de Gael contra sua cabeça a empurrando para baixo enquanto puxava seu quadril para mais perto do volume entre suas pernas. Seus pedidos de socorro pareciam não entrar na cabeça de Grace, os olhos da mais velha estavam presos no olhar sádico — Mãe.
— Não se preocupe, eu prometo ser carinhoso, mas o resto deles, eu já não sei - Virou a garota para o outro lado, com um sorriso macabro nos lábios, o rosto da tão delicado e bonitinho acabou mergulhado no próprio vomito de outrora apenas para que Grace assistisse — Assim está bom? Da para você ver o que eu vou fazer com a sua QUERIDA FILHA.
— MÃE!
— SEANT… EM SEANT… Ele está em Seant. - Bradou a mais velha se inclinando para frente a tempo de empurrá-lo para se afastar de Madeline, o coração saltitando dentro do peito. Não podia mais deixar que nada acontecesse. Sua filha não precisava sofrer no meio daquele mundo. A abraçou como podia deitando sua cabeça no ombro. — Ele está em Seant - Achou ter gritado, mas sua voz saiu tão baixa. — Ele está em Seant. É só isso que eu sei. Não sei onde ele mora, eu não sei, eu juro que não sei. Por favor.
Implorou em desespero no meio de tantas e tantas risadas ao seu redor. — Por favor.
— Não foi tão difícil, foi? - Gael sorriu abertamente guardando seu instrumento de tortura. — Procurem saber a localização desse babaca e quando descobrirem preparem tudo, nós vamos recuperar aquela balsa ainda e com tudo que temos direito.
— E elas? - Mikael questionou antes de ordenar seus homens a irem à frente. — O que nós podemos fazer com elas? - Riu malicioso.
— Matem-nas - Sorriu de canto limpando o canto dos lábios e deu as costas. Mikael sacou sua arma a destravando, matar uma, duas, três pessoas a mais na sua vida não lhe faria diferença. — Não, espera… - Todo mundo naquele lugar parou, olhou para Gael que voltava com um o sorriso maior no rosto. — Antes de seguir até a casa desse pentelho. Precisamos avisar que estamos chegando. - Virou para as mulheres que choraram ainda encolhidas ali mesmo. — Matem a mais velha, e cuidem da outra, façam o que quiserem… não me importo. Só não a matem. Já sabe onde jogar o corpo, e façam como que todos do nosso mundo fiquem sabendo disso, será um recado para Christopher Macallister de que estamos chegando e vamos acabar com a sua raça.
_-_
— Você não pode me deixar sozinha todas as noites, eu sou sua mulher. - A mulher desfilou pela sala chegando ao homem na mesa, beijando sua boca antes de sentar em seu colo.
— Ainda que seja, tenho trabalhos a fazer - Ela concordou ainda que não gostasse. Tornou a encarar o homem enquanto ainda estava sentada em seu colo — Mas podemos resolver esse problema agora.
— Ou, podemos sair, coloquei um vestido lindo e quero que todos vejam. - Avisou mais sorridente ao vê-lo analisar cada parte de seu vestido. — O que achou?
— Bonito. Suas pernas ficam lindas quando usa vestido curto. - Ela perdeu o sorriso.
— Não sabia que a falta de machismo em você me irritaria - O homem a encarou — Não sente ciúmes de mim? Nem um pouquinho assim por causa desse vestido?
— Confio nas minhas habilidades de fazer você gemer - Avisou com um sorriso sádico. — Podemos sair mais tarde como você quer.
— Não quero ir para a praia, quero ir a um restaurante cheio de flores e um bom vinho.
— Você merece tudo essa noite. Vamos comemorar um- -A porta do escritório foi completamente arrombada fazendo Sierra soltar um grito no colo do namorado que olhou na direção. — Estou ocupado.
— Manda sua puta embora, agora. Precisamos conversar.
— Escute-me aqui, Kim - Christopher sorriu ajudando-a a levantar — Ela não é uma puta, é a minha mulher. - Sierra sorriu jogando o longo cabelo loiro para trás. Adorava quando ele falava aquilo para qualquer pessoa que ousasse lhe ofender, se sentia poderosa e sabia que podia fazer o que quisesse. — O que você quer? Achei que tinha dado folga para todo mundo apenas para ter um momento de paz.
— Você não vai ter paz por um tempo. Não depois de ouvir o que esse cara tem a dizer. - Liam apareceu no campo de visão de Christopher e os olhos azuis do cara do outro lado da mesa se perderam no caminho. Virou para Sierra que notou a seriedade do assunto e se foi deixando um único beijo na bochecha. — Anda - Empurrou Liam para ir mais rápido quando a mulher saiu da sala e trancou a porta.
— O que você está fazendo aqui? - Christopher perguntou. Rodeou a mesa segurando a camisa de Liam erguendo-o um pouco. — Você nem deveria se aproximar dessa cidade, você tem uma missão que é interminável, ninguém pode te ver aqui.
— Eu sei. Eu sei. Acha que eu estaria aqui à toa? Eu tenho um recado Christopher. - Falava rápido com medo de qualquer coisa que aquele homem pudesse fazer. Christopher era imprevisível e violento.
— Seu trabalho é cuidar delas. - Gritou para o outro que temeu o pior.
— É por causa delas que estou aqui. Aconteceu uma coisa horrível, e te mandaram um recado. - Christopher o soltou de uma vez, se afastando. O coração acelerou um pouco, até mesmo suas pernas tremeram. O que tinha acontecido com sua irmã? — Gael matou a… sua madrasta.
Todos naquele lugar ficaram espantados, ninguém além de Kim e Liam sabia da existência de alguém da família do loiro além dele próprio e do pai que foi assassinado. Quando recuperou o ar e metade da visão perdida… Encarou o mensageiro.
— E a filha dela, minha irmã? - Liam engoliu a seco, não tinha palavras certas para contar o que estava acontecendo naquela cidade, mas faria qualquer coisa para ele entender que não era sua culpa. A demora em responder fez Christopher voltar a lhe erguer pela gola da camisa o jogando contra a mesa — CONTA ONDE ESTÁ A MINHA IRMÃ? CACETE! EU VOU MATAR VOCÊ.
— O Gael, Gael… Ele… Ela está viva. - Christopher estreitou os olhos parando em cima de Liam que tentou se proteger. — Ela está viva, está em um beco, no meio da cidade de Valcolink algemada com o corpo da mãe. - Christopher o soltou se afastando da mesma hora, seus olhos ficaram embaçados pelas lágrimas solitárias que caíram rapidamente. Não precisava de uma plateia para revelar sua tristeza, o que lhe fez sentir mais ódio. — Isso tem três dias, foi o tempo que consegui chegar aqui.
— Três dias? - Christopher deu as costas mirando em Kim que estava de boquiaberto. Aquilo era um absurdo sem tamanho, sem tamanho, sem limites, sem nada. Ele suspirou olhando para todos dentro daquela sala antes de parar outra vez em Kim… — Arruma tudo, nós vamos agora para Valcolink. - Ordenou sem realmente enxergar alguma coisa.
— Você não… Não pode ir a Valcolink, todo mundo te procura por lá. A polícia, os traficantes, e o Gael. - Christopher engoliu o choro e voltou a encarar Kim um olhar nada amigável. — Mas isso não faz diferença, não é mesmo? É da sua irmã que estamos falando. Eu vou chamar o pessoal. - Murmurou rapidamente puxando Liam de volta para fora e levou todo o resto junto.
Christopher cambaleou pelo escritório. Como, como haviam descoberto as duas? Elas estavam escondidas, bem longe da sua vida. Mas como, como isso podia ter acontecido?
Arrastou-se pelo escritório chegando ao armário principal e quebrou o vidro puxando uma das pistolas coloridas.
Colocou todas as balas no pente e pegou mais colocando na cintura, pegou seu casaco e saiu da sala.
Precisava encontrar sua irmã urgentemente.