A tarde avançava preguiçosa enquanto Isabella cruzava o velho portão de ferro, pintado de branco e já descascado pelo tempo. A casa dos avós era um retrato da infância, intacta, suspensa num lugar onde o tempo andava mais devagar.
Sua avó, já a esperava na porta com um sorriso cheio de rugas e saudade. Os olhos marejados denunciavam a emoção contida.
— Minha menina... você veio mesmo! — sussurrou, envolvendo Isabella num abraço apertado, com cheiro de lavanda e pão doce.
— Claro que vim, vó. Não poderia ficar longe por muito tempo...
Entraram na casa. O senhor Carmine, avô de Isabella, cochilava na poltrona, o rádio ligado baixinho com alguma sinfonia antiga. A mesa da cozinha estava posta com um café recém-coado e fatias grossas de pão com queijo derretido — o lanche que a avó sempre preparava quando ela aparecia de surpresa.
Sentaram-se lado a lado.
— Então, me conte... o que aconteceu? Eu imaginei que você iria falar com o Don Vittorio, mas não imaginei que as coisas tomariam esse r