SaymonA pressiono contra a parede, segurando seu pescoço, os pés nem tocam o chão.— É esse o amor que sentia por mim? — apela.— Eu nunca te amei, Diana. Você sabia disso. O que eu sentia era desejo e respeito. — Ela ri. Mas minhas próximas palavras calam o seu riso. — Meu respeito você desprezou.— E quanto ao desejo?É minha vez de rir.— Olha para ela — forço seu rosto em direção a Rimena, ainda no chão, desacordada. — Aquela é a única mulher que me importa agora.— Uau! Esqueceu fácil sua feiticeirazinha vadia. Pois saiba que eu vou matá-la e esmagar seu útero.— Como vai fazer isso do inferno? — Aperto seu pescoço com tanta força que ela percebe que não vai sair daqui com vida. Suas mãos grudam as minhas para soltar o aperto. — Escute bem. Leve essas palavras com você para o inferno. Se ela morrer, eu te trago de volta só para ter o prazer de te torturar até o meu último dia.— Say... — Não deixo que termine de pronunciar o meu nome. Torço seu pescoço. O corpo cai no chão, sem
SaymonMinhas mãos tremem enquanto dirijo em alta velocidade. Eu tentei ser cauteloso, mas tudo desmoronou quando Rimena apagou. Seu coração parou por vários segundos e eu morri nesse tempo. Foi como anos no inferno.Meus gritos ainda reverberam em minha cabeça enquanto dirijo.Quando eu não ouvi mais o seu coração, parei o carro e agarrei suas mãos.“Volta pra mim. Não vá. Não tira nosso filho de mim.”Nosso filhote continuava lutando pela vida.Talvez tenha sido isso que trouxe Rimena de volta.— Senti tanto medo. — Beijo seu rosto sujo de sangue e volto ao volante. É quando acelero feito louco.Não é aconselhável. A possibilidade de um acidente é tamanha. Mas eu posso correr o risco de esperar seu coração parar outra vez.Ainda estamos no norte. A cidade mais próxima fica a mais de uma hora de carro.Uma hora com minha mulher desacordada e sangrando. Só pode ser um pesadelo.Finalmente chego na casa do curandeiro.Saio do carro, pego ela no colo e corro para o portão.É o próprio c
CurandeiroQuando vi aquela menina ferida nos braços do Alfa eu soube que a profecia estava se cumprindo.Ele não me deixou terminar de falar que a sua Estrela só teve seus poderes ativos depois dos catorze anos, diferente dos outros que revelam aos sete. Muitos achavam que ela fosse humana antes de descobrir sua grandeza.Aposto que os poderes dessa pequena mãe só estão adormecidos.Ela se machucou muito.Quando eu vi a pulseira em seu pulso me lembrei do garotinho lobo. Aquelas pessoas tiveram o privilégio de serem salvas pela maior de todas e nem sabem.Estou feliz em estar vivo para ver o retorno da nossa Estrela mais brilhante.Todos tem uma teoria, mas eu sei que aquelas palavras eram seu bilhete de amor dizendo que voltaria para o seu amado.Não nasceu alguém com seus dons. A nossa Estrela renasceu.Já estava na hora.Quando eu vim para Estrela, com todos os outros seres, achei que seria o mundo perfeito. Ledo engano. A maldade, o desprezo, o egoísmo, a ambição desmedida... ent
Rimena— Não, Saymon. Ficou louco? Eu não vou deixar que me beije assim. — O empurro quando ele tenta tirar a máscara para me beijar.Estamos no hotel. Recebi alta horas atrás. Saymon tinha colocado um filme para assistir, mas até agora não entendi nada porque ele está no modo tarado.Ah, sim, temos televisão em Estrela. Com programação do mundo humano. Nem tento pensar em como isso funciona.— Não vejo nada de mais. — Belisca minha perna. Estamos sentados lado a lado.— Porque é de menos mesmo. Menos dentes.— Então deixa eu te dar outro tipo de beijo. — Sua mão segue para minha boceta. — Esse pode?— Esse pode — respondo já antecipando a sensação. E eu lá resisto a esse homem? Jamais.Ele ajoelha na minha frente.— Sua safada gostosa. Abre as pernas para mim, abre.Apenas obedeço.E lá se vai mais uma calcinha. Eu devia ter tirado antes colocasse as mãos. Ele não sabe tirar, prefere rasgar.Agarro o sofá quando sua boca toca minha boceta.Saymon me faz gozar sem pressa, e quando vo
RimenaVou ao encontro do meu lobo com minhas amigas no meu encalço.Quando estou passando pelas mesas dos clientes um homem segura o meu braço. Acho que me confundiu com alguma das meninas.Nem vejo o momento em que Saymon sai do seu lugar. Quando me dou conta ele já está segurando o cara pelo pescoço. Os pés do homem não tocam mais o chão.— Nunca mais toque na minha mulher — seu rosnado assusta.— Foi um engano. Eu...— Cale-se, seu porco. Quero muito arrancar um pedaço da sua garganta agora.— Saymon, solta ele. — Peço e nada. Ele continua segurando o homem e o encarando.Ao nosso redor, várias pessoas olhando, inclusive minhas amigas e o senhor Mendonça.Suspiro e toco em suas costas devagar.— Saymon, por favor.Sinto os músculos relaxando e logo ele coloca o cara no chão.— Vamos embora — decreta e sai com passos apressados. Aceno para minhas amigas e o sigo com dificuldade. Ele é muito grande, cada passo seu são dois meus.Ele entra no carro e bate a porta. Totalmente diferen
SaymonQuando faltava poucas semanas para o nascimento do bebê, recebi uma mensagem do curandeiro dizendo que queria fazer o parto.Ele vem com uma senhora que é sua ajudante. Segundo ele, a mulher pode ajudar no parto e nos primeiros dias.Tive que aceitar, afinal eu não sei muito mais que Rimena referente a bebês. Ou seja, nós dois juntos não sabemos nada.O nome da mulher é Linda e ele confia nela.Dois dias após eles chegarem a casa já era um caos. Só se fala em bebês e tudo que envolve a criação de um filho.E aconteceu...É hoje. As dores indicam que em breve meu pequeno estará em nossos braços.Fico angustiado com a dor que Rimena sente. E irado por nenhum feitiço sumir com essa dor. Nem mesmo passá-la para mim. Não posso fazer porra nenhuma e isso me mata.As duas entraram no quarto com o curandeiro já faz mais de uma hora. Rimena não me deixou entrar por alguma bobagem que ouviu das mulheres da casa de Carmen sobre homens perderem o desejo pelas parceiras depois de ver o parto
Meses antesRainha Rita Habel— Majestade, precisa se alimentar.Todo ano perto do aniversário dela é assim, fico doente. A saudade do bebê que gerei e a morte levou antes que pudesse gerar pesa demais.Dessa vez é pior, passou o que seria seu aniversário de dezoito anos e ainda não me recuperei do impacto desse dia.— Não consigo. Eu sinto que vou enlouquecer. Meu coração nunca aceitou a morte do meu bebê. E agora começo a ouvir o nome dela pelo castelo. O que será de mim? Estou mesmo perdendo a sanidade?— Majestade...— Pode levar, Livi. É melhor um rei viúvo que um rei casado com uma louca.— Majestade, eu...— Me deixe. Quero dormir e nunca mais acordar. Empurro a mesinha com a comida. Livi esteve ao meu lado a vida toda, é mais que uma criada, é minha amiga. Tanto que já ofereci a ela que se aposente, mas ela preferiu continuar ao meu lado.— A sua filha está viva. — Ela solta de uma vez e cobre o rosto com as mãos.— O que disse? — meu corpo entra em alerta.— Era uma menina. O
SaymonEstou no quarto do meu filho, babando nele dormindo, quando sinto...Alguém está aqui.Rimena.Disparo em direção a porta.A minha morena continua lendo. Não notou a minha presença, menos ainda da mulher que vem em nossa direção como se o feitiço que tanto tive trabalho para fazer não valesse nada.Sei bem de quem se trata.Maldito poder do sangue materno.Sinto Rimena segurar minha mão. Finalmente notou a intrusa.— Saymon? — se levanta e se coloca atrás de mim, sem soltar minha mão. Está com medo.Odeio pensar que ela sequer se imagina revivendo o pesadelo que Diana causou. Eu tenho pesadelos toda noite com aquele maldito episódio.Agora estou aqui, não vou deixar ninguém machucá-la. Aperto sua mão para deixar isso claro.— O que faz aqui? — questiono a intrusa, que aponta para Rimena.— Estou procurando a minha filha.— Ela é minha mãe? — sussurra nas minhas costas.— Você saiu do ventre dela, o que não significa que seja sua mãe.Há lágrimas descendo pelos olhos da feiticei