Dias se passaram, e o médico me visitava todos os dias. Após a primeira semana, ele retirou a contenção do meu pescoço. Meu corpo ainda doía, e o ferimento da bala estava quase cicatrizado. Ângelo não apareceu desde o incidente com nossa família, o que me deixava preocupada. Matteo, no entanto, vinha ao meu quarto uma vez por dia. Ele parava na porta e me observava em silêncio, como se nossas almas conversassem sem precisar de palavras.
— Yhelena? — alguém chamou.Olhei para frente e vi o meu médico.— Sim?— Você está pálida. Faz dias que não sai do quarto... — ele disse enquanto media minha pressão. — Precisa de sol.Olhei para as janelas que deixavam os raios da manhã entrarem no quarto.— Eu levo ela.Virei-me e vi Matteo na porta, de mãos dadas com Milena. Ela sorriu docemente e correu até mim.— Professora! — ela exclamou, me abraçando.Olhei para Matteo e retribuí o abraço da garotinha.