Capítulo 8

Encontrar o loiro invasor cozinhando depois do puta sonho gostoso que tive com ele é de ensopar a calcinha. No meu sonho não teve confronto por causa de golpe, só um sexo gostoso no banheiro. Foi tão real que acordei frustrada.

Eu sei, está tudo errado. É proibido sonhar com o inimigo que se infiltrou na sua casa. Mas quem manda nos sonhos?

Dessa vez a conversa é mais civilizada. Principalmente porque ele me oferece comida. Gostoso e ainda alimenta? É o sonho de toda mulher.

Acabo contando sobre Estevan e eu, quando ele pergunta. Sinceramente, estou muito mais irada com o roubo que qualquer outra coisa. Gostava dele, mas não mais do que gosto de mim e da minha casa. Agora me dou conta que me casaria com ele por carência, e era provável que nem durasse muito.

Depois da breve conversa, o gostoso sai e acompanho o movimento da sua bunda gostosa no jeans e o contorno dos seus músculos na camisa azul. Sua bunda parece tão durinha. Quero apertar.

Termino o delicioso sanduiche natural quando meu celular começa a vibrar.

Olho o nome na tela e já atendo berrando:

— Até que enfim lembrou que tem amiga.

A outra bufa do outro lado da linha.

Eu estava com um cliente chato. Nada de celular. Já te falei sobre eles.

— Julia... — começo a falar, mas engasgo e vou para a sala, chorando. Acabou clima de tesão pelo invasor.

Sam? Tudo bem? Sam?

— Julia, amiga. Me ajuda.

O que foi? Você está chorando? O que o traste fez?

— Tem um homem na minha casa. Ele não quer sair. Diz que a casa é dele, que comprou.

Que história é essa?

— O Estevan me deu um golpe. É isso.

Porra! — Ela berra. — Eu falei que aquele merda era encrenca.

— Nem vem que você achava que ele era safado, não estelionatário.

Julia suspira, e eu também.

Onde você está?

— Em casa.

E o homem?

— Em casa também. Ele não quis sair. Até chamou a polícia. E ele tem duas filhas. Só vi uma. O que eu faço? — jogo um monte de informação.

Quer vir aqui em casa conversar?

— Nem pensar que saio da minha casa. Essa casa é minha. — Nervosa, começo a quebrar as unhas que estão inteiras. Eu não sou assim, sou uma pessoa vaidosa. Preciso de uma manicure urgente.

Tá, amiga. Fica calma. Chego em vinte minutos.

Ela fala e desliga na minha cara. Julia sendo Julia.

Uso os vinte minutos para escovar os dentes, pensar sobre minha situação e vez ou outra desviar para uma certa imagem indecente.

*

— Onde está o traste invasor? — Julia já entra perguntando.

— Aqui. — Sigo o olhar dela e encontro o loiro descendo as escadas de mãos dadas com duas garotinhas idênticas, até nas roupas. Deus, gêmeas.

— Minha nossa senhora da beleza injusta. Ai já é castigo. — Isso saiu da boca da minha advogada, que está olhando para o loiro como quem olha para seu prato favorito.

— Quem é essa? — uma das meninas pergunta balançando a mão do pai.

— Ainda vem com brindes. Está resolvido. Pode morar na minha casa e dormir no meu quarto.

O loiro tenta segurar o riso, mas acaba cedendo.

— JULIA! — chamo sua atenção.

Uma coisa sobre a minha advogada, o que ela tem de competente tem de maluca. É sério, não sei como Julia consegue ganhar casos com esse seu jeito maluco.

— Vamos mudar, papai? — a outra menina pergunta. Percebo que a voz é bem diferente uma da outra.

— Eu não quero.

As meninas começam a choramingar. E o brutamonte loiro olha para Julia sério.

— Não vamos mudar, princesas. A moça está brincando.

— Sim. Não se preocupem, queridas. — Julia limpa a garganta e se vira para o loiro no início da escada, dessa vez com cara de advogada. — Julia Natucci. Sou advogada e amiga da Samantha. Vim conversar sobre o ocorrido.

Ele responde ao cumprimento sem soltar as meninas e pergunta:

— Precisa de mim? Prometi um passeio às minhas filhas.

— Não. Prefiro conversar com você na presença do seu advogado.

— Ele já foi comunicado, estará aqui o mais breve possível e marcaremos uma reunião.

— Certo. Aguardaremos. — Encerra, ainda com voz séria.

Ele acena e começa a sair.

A safada da minha amiga fica fazendo gestos obscenos pelas costas do grandão. Melhor esperar o assunto mais grave ser discutido antes de contar para ela como encontrei o intruso, ou essa reunião perde o foco.

Nos sentamos no sofá da sala. Conto tudo desde quando eu cheguei, sem detalhes sórdidos. E passamos as próximas horas conversando. Ela fica indignada quando falo que as cachorrinhas sumiram também.

Sobre a casa, parece que as coisas são mais complicadas mesmo por causa da escritura. Por algum motivo, Estevan não quis só dar um golpe em um desconhecido, ele quis me fazer perder a casa.

Julia vai conferir tudo, visitar o cartório, fazer toda uma investigação para depois marcar uma reunião com o advogado com o recém nomeado gostosão loiro. Se ela não estivesse viajando na mesma data que eu, nada disso teria acontecido, minha amiga ficaria de olho no traste do Estevan. Ela sempre desconfiou dele, dizia que ele tem olhos de gente safada. No fim era apenas olhos de golpista.

Depois de gritos e choros, me acalmo. Já que não posso fazer mais nada.

— Pelo menos o invasor é gostoso. — A lembrança me faz morder os lábios.

Julia franze a testa, como sempre faz quando está desconfiada.

— Você está me escondendo algo. Conte agora.

Obedeço a ordem da minha amiga.

Deve ser possível ouvir os gritos dela de Washington quando conto tudo que vi.

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