Aneliese Moore

O silêncio que se estende entre nós é quase insuportável. Denso. Pesado. Daqueles que fazem o peito doer. Observo com atenção os três rostos à minha frente, cada um fechado à sua maneira, e me pego perguntando — sem coragem de responder — o quanto a minha presença machuca mais do que ajuda.

Respiro fundo, reunindo forças para dizer qualquer coisa. Qualquer coisa que não soe como desculpa, nem como invasão. Mas antes que eu consiga abrir a boca, a voz de Alexander ecoa de algum ponto da casa, chamando pelos três, avisando que o café da manhã está pronto.

Eles se viram e saem sem dizer nada.

Nenhum olhar para trás.

Nenhuma palavra.

Fico parada na porta, sozinha, encarando o nada. Tentando me convencer — com aquela teimosia frágil de adulto responsável — de que eu sei o que estou fazendo. Que vou conseguir conversar com eles depois. Que tudo se resolve com diálogo, tempo e cuidado.

Mesmo sabendo, lá no fundo, que eu não faço a menor ideia do que estou fazendo.

Me