Dou a volta na mesa para experimentar outros docinhos e deixo os homens no seu ritual de alfinetadas. Depois de algumas mordidas, o estômago acusa: hora d’água. Prefiro não beber álcool em evento — ainda mais com tanta gente observando.
A cozinha está em plena coreografia de bastidor: gente entrando e saindo, bandejas se renovando, garçons em fila. Encostada num canto, July. Sozinha. Mexe no celular, mas noto o olhar que me acompanha. É impossível não lembrar: quando Misa entrou no salão, ela não estava ao lado dele. As pessoas notaram. E também notam, cada vez mais, como ele a trata com frieza pública — um desprezo que corta.
Mais adiante, encontro Dona Valentina, concentrada numa bandeja de saladas.
— Oi, Dona Valentina — sorrio, abraçando-a de leve.
— Oi, menina! Como está linda! O que faz aqui?
— Vim atrás de água. Os garçons só passam com champanhe e hoje eu tô off.
— Que bom que veio — ela sorri, gentil. — O Matt quase nunca vem acompanhado. Vai fazer bem pra vida dele.
Percebo