— Sim — murmurei.
— Quem?
Ela arqueou a sobrancelha. A pressão era clara.
— É só uma pergunta — tentei desconversar. — Gira a garrafa, vai…
Ela fez cara feia, mas girou.
Dessa vez, Misa e Llote.
— Verdade ou consequência? — Llote perguntou, ajeitando o novo corte com dignidade.
— Verdade.
Ela sorriu com veneno:
— Já transou com a Margo?
Senti meu corpo inteiro paralisar. Arregalei os olhos, nem consegui olhar pra July.
— Amiga? — minha voz saiu trêmula.
— Que foi? — Llote disse, como se tivesse feito a pergunta mais natural do mundo.
Balancei a cabeça em negação, mas era tarde. O estrago estava feito. Podia sentir o peso do olhar da July queimando na minha pele. O de chifre também. Um buraco, por favor. Alguém cava?
— Muitas e muitas vezes — Misa respondeu com cinismo. — E pra sua informação, ela é boa no que faz.
A sala congelou. Meus olhos encontraram os dele. Um olhar vazio, raivoso, cruel. E o da July, mais além, me dilacerava. Mas não era surpresa. Era confirmação.
— Quem diria…