— O que ele fez?
— Ele… bateu na minha mãe. — Os punhos se fecham. O copo amassa.
— Foi por isso que veio ao hospital? — pergunto, zonza. — Você devia ir à polícia.
— Não foram um ou dois t***s. Ele espancou. — A palavra corta o ar. — A culpa é minha.
— Não, Misa. — Minha mão encontra as costas dele por instinto. — Covarde é ele. A culpa não é sua.
— Eu joguei muitas verdades na cara dela — ele sussurra, apoiando a testa nos joelhos. — Não devia.
— Que verdades?
—Sobre tudo isso.
— Vocês vão denunciar?
— Não posso. Mesmo que ela queira.
— Como assim “não pode”? — revolta sobe. — Não dá pra acobertar!
— É pro seu bem. — Ele me encara, sério.
— Meu? Eu não…
— Você tem mais a ver com isso do que imagina. Eu não vou correr mais riscos.
— Misa, fala com clarezao. Minha cabeça já está cheia de perguntas, você só acrescenta.
— Desculpa, Mag.
— “Desculpa”? — um riso sem graça me escapa. — Eu tô cansada de ficar no escuro. O Matt foge das respostas, as meninas guardam coisas e agora você…
— O M