ADELINE DE FILIPPI
Entrei no escritório com o coração tremendo.
Papai estava ali, lendo algo no laptop, mas levantou o olhar assim que abri a porta.
E soube.
Ele sempre sabe.
Fechei a porta atrás de mim.
Respirei fundo.
—Pai… quero falar com você.
—Sobre o Lucien?
Assenti.
Sentei-me diante dele; não conseguia ficar de pé.
Minhas mãos tremiam.
Meu peito também.
—Ele me pediu pra ir com ele pra Itália —disse, sem rodeios.
Vi a mandíbula dele se contrair.
Mas ele não disse nada.
—E eu quero ir —continuei.— Não por impulso. Não por loucura. Porque…
—Porque você não suportaria ficar longe dele outra vez —me interrompeu, com a voz de quem já sabe todas as respostas.
—Papai… sinto que é lá que a nossa história realmente começa.
Ele se levantou devagar, caminhou até a janela.
Silêncio.
—Pai…
—E se ele partir seu coração lá? —perguntou, sem se virar.
—Ele também pode partir aqui…
Ele respirou fundo.
—Mas aqui eu estou.
Sua mãe está.
Seus irmãos também.
Todos pra te consolar.
—Eu confio que o L