Draiton Menegaço
A minha vontade era empurrar o Drayson contra a parede, sair correndo atrás do Jobson e terminar o que eu havia começado: arrebentar a cara daquele verme. O sangue ainda fervia nas minhas veias. No entanto, eu tinha que engolir em seco e aturar o meu irmão mais velho encarnando o papel de pai, com aquele maldito complexo de autoridade. Ele sempre acreditou que podia ditar as regras da minha vida, como se eu ainda tivesse dez anos e ele trinta.
Hoje não era mais assim. Ele tinha sessenta, eu quarenta, e já passara da hora de entender que ninguém iria me dizer o que fazer.
— Se você disser que ela te enganou, ainda está dentro do jogo da presidência — insistiu ele, a voz carregada de cálculo e frieza —. Isso limpa a nossa barra das manchetes maldosas.
Olhei para ele com desprezo, as mãos fechando-se em punhos.
— Para o inferno com a presidência, Drayson! — rosnei, a voz reverberando no escritório. — Essa é a última coisa na qual eu tô pensando agora. E se estiv