Os dois meses sem Alina foram um purgatório, um vazio que eu preenchia com raiva e culpa, raiva por tudo o que a fiz passar e a culpa que me rasgava como um lembrete de que eu a fiz partir. As noites o meu tormento era ainda maior, não importava se trabalhasse até a exaustão, meu lobo ainda uivava para a lua se sentindo solitário.
Meu escritório na sede da reserva era um caos de mapas amassados, relatórios espalhados, reflexos das minhas tentativas incansáveis de encontrá-la. Quando o celular vibrou sobre a mesa com o nome "Alina" piscando na tela como uma pontinha de esperança em meio a todo o caos.
Por um instante meu coração parou, foram dois meses sem um sinal, e agora isso ela estava me ligando? Eu quase não conseguia acreditar, minhas mãos tremeram enquanto eu agarrava o aparelho, aceitando a chamada com uma urgência que nem mesmo eu esperava.
— Alina? Meu Deus, é você? Onde você está? — Minha voz saiu rouca, carregada de desespero e alívio, o lobo dentro de mim rugindo em antec