Paul observou Elise por um momento. Ela estava em silêncio, mas os olhos brilhavam de lágrimas contidas. Ele respirou fundo, tirou algo do bolso interno do paletó e estendeu para ela.
— Elise, aqui em Boston nós temos excelentes profissionais... Terapeutas, psiquiatras, psicólogos com abordagens modernas e humanas. E eu não estou falando isso por obrigação, estou falando porque eu vi um homem se reerguendo com a ajuda deles.Ela o olhou, confusa, ao ver o que ele lhe entregava: um Kindle.— O Robert nos mostrou os livros que ele está usando. Ele chama de “as bíblias dele”. E não está errado, porque pela primeira vez ele está se guiando por algo que não seja orgulho, violência ou poder.Ela passou os dedos pelo aparelho, devagar, como se não entendesse.— Eu comprei para você — disse Paul com firmeza. — Todos os livros da Silvia Malamud já estão aí. E também o Amor Zero. Ele estava lendo quando conversamos. E me disse: “esse livro está me