Ademir abaixou a cabeça e disse com a voz suave:
— Mestre, o senhor só quer o bem do Mestre Lorenzo.
Lertino soltou um riso amargo:
— Mas aos olhos dele, parece que estou tentando destruí-lo. Se eu deixasse ele ficar com a Renatta, talvez ele tivesse menos rancor de mim, não acha?
— Um dia o Mestre Lorenzo vai entender sua intenção, senhor.
— Ah...
Lertino suspirou, o cansaço estampado em seu rosto. Nos últimos tempos, tantas coisas aconteceram que ele se sentia esgotado e finalmente precisava admitir que estava envelhecendo.
— Senhor, o remédio da cozinha já está pronto. Vou trazê-lo para o senhor. — Disse Ademir.
Logo depois, Ademir trouxe uma tigela de um líquido escuro e amargo, colocando-a na frente de Lertino. Lertino franziu o nariz, incomodado:
— Já tomei essa poção por dias e minha dor de cabeça só piora. Talvez seja melhor parar.
— Não pode fazer isso! Na última crise de dor de cabeça, foi esse remédio que o ajudou. Pode ser apenas uma fase mais intensa da dor. Por favor, tom