Abelo manteve o sorriso no rosto enquanto se virava para sair do velório. Lígia fixou o olhar em suas costas, com os olhos cheios de raiva. Estava tão irritada que seu corpo tremia levemente.
— Lígia, vá descansar um pouco. — Sugeriu Lorenzo.
Lígia virou-se para ele, a voz carregada de indignação:
— Irmão, ele veio aqui de propósito para nos humilhar! Como você consegue tolerar isso?
Mas Lorenzo manteve a expressão serena ao encará-la:
— Você está cansada. Vá descansar.
— Não! Vamos mesmo deixar que o Abelo nos passe para trás assim?
— E o que você pretende fazer? Discutir com ele no funeral do papai e transformar a cerimônia em uma piada?
Talvez fosse o tom frio de Lorenzo, mas Lígia deu um passo atrás, e a raiva em seus olhos diminuiu consideravelmente. Ela abaixou a cabeça:
— Me desculpe, irmão... A morte do papai foi um golpe muito duro para mim. Eu simplesmente não consigo lidar com isso, estou à beira de um colapso e perco a cabeça por qualquer coisa.
Lorenzo percebeu seu arrepen