MATTEO MANCINI
Minha saída da empresa foi um espetáculo à parte, digno de um filme de ação com direito a trilha sonora de flashes. Os paparazzi pipocavam como fogos de artifício em uma noite escura de verão, cada clique uma explosão ofuscante que me cegou momentaneamente. Era um bombardeio visual, uma invasão à privacidade que me fazia sentir exposto, vulnerável, como um animal encurralado sob os holofotes. Instintivamente, meus dedos se fecharam em torno da mão de Alexia, uma atitude protetora quase reflexa diante daquele assédio frenético. Um choque percorreu meus dedos, uma corrente elétrica que me despertou para a realidade daquele contato inesperado. Senti o calor da sua pele, a maciez do toque, e por um milésimo de segundo, uma lembrança antiga, quase esquecida, cintilou em minha mente. Uma imagem dela sorrindo, os cabelos ao vento, um toque de sua mão na minha durante uma caminhada despreocupada, em um verão distante. Mas ela foi rapidamente substituída pela imagem de seus ol