Brandon Willians
Eu sempre fui bom com pessoas.
Desde garoto, aprendi a decifrar rostos, ler gestos, perceber o que não era dito. Era um talento que herdei da minha mãe — não só o charme e a fala envolvente, mas essa habilidade quase intuitiva de entender quando alguém mentia. Ou escondia alguma coisa.
Nos negócios, sabia que isso me ajudaria. Mas nunca imaginei que um dia usaria esse instinto para observar minha própria esposa. E meu pai.
Stella.
Meu pai.
Os dois nomes martelavam minha cabeça há dias. E, quanto mais eu tentava ignorar o incômodo, mais ele crescia. Como uma rachadura se alastrando lentamente por dentro, prestes a romper tudo.
Eu tentei não ver nada.
Tentei não sentir.
Mas hoje... foi impossível.
(...)
Tudo começou com aquele maldito momento no escritório do meu pai, na empresa.
Eu havia saído por dez minutos, talvez menos, talvez mais, para tentar resolver um problema na área de projetos. Quando voltei, encontrei os dois estranhos. Rígidos. Silenciosos.
S