Capítulo 5
O clube estava um caos completo. O incêndio, causado por problemas na fiação elétrica, se alastrava rapidamente, e a fumaça densa fazia com que todos corressem desesperados para fugir. No meio do tumulto, Rodrigo só tinha olhos para uma coisa: encontrar Agatha.

Enquanto isso, Melissa, que havia acabado de sair da sala privativa, foi empurrada de volta por pessoas que tentavam escapar. De repente, a porta foi fechada e, de forma inexplicável, trancada por fora.

Desesperada, Melissa bateu na porta com força, gritando:

— Socorro! Alguém abra a porta! Por favor!

Mas ninguém a ouviu. Todos estavam preocupados em salvar a própria vida.

A fumaça começou a entrar pela fresta da porta, sufocando Melissa. Ela tossia sem parar, sentindo o ar pesado invadir seus pulmões. Rapidamente, ela tirou o casaco e o usou para cobrir boca e nariz. Cambaleando, ela correu até a janela de vidro.

Quando as chamas finalmente invadiram a sala, Melissa reuniu toda a coragem que tinha e, num impulso desesperado, lançou seu corpo contra o vidro, quebrando-o e saltando para fora.

O clube tinha três andares de altura, e a queda foi devastadora. Melissa bateu no chão com tanta força que a dor foi insuportável. Ela tentou se mover, mas não conseguiu sequer se levantar. Sentiu como se suas pernas estivessem quebradas.

De onde estava, Melissa viu a multidão de pessoas que havia escapado do incêndio. Entre elas, lá estava Agatha, cercada por paramédicos e claramente ilesa. Ao lado dela, Rodrigo estava deitado em uma maca, inconsciente.

O coração de Melissa se apertou ao vê-lo daquele jeito. Ignorando a dor que a consumia, ela forçou seu corpo a se arrastar para frente. Nesse momento, os paramédicos chegaram até ela e a colocaram em uma ambulância.

Quando chegaram ao hospital, Melissa não se preocupou com seus próprios ferimentos. Tudo o que importava para ela era saber como Rodrigo estava. Ela o viu sendo levado às pressas para a sala de emergência, com a perna coberta de sangue devido às queimaduras.

— Rodrigo! — Melissa gritou, tropeçando enquanto corria atrás da maca, seu olhar carregado de preocupação.

Rodrigo abriu os olhos com dificuldade, ainda atordoado, e as primeiras palavras que saíram de sua boca foram:

— Agatha... onde ela está? Ela está a salvo?

Melissa congelou no lugar, incapaz de acreditar no que ouvira.

Rodrigo, com a voz fraca e hesitante, continuou:

— Eu preciso vê-la... quero ter certeza de que ela está bem...

Os médicos tentaram apressar a entrada dele na sala de cirurgia, mas ele não parava de chamar por Agatha, insistindo que precisava vê-la antes de qualquer coisa.

Melissa, com o coração despedaçado, tentou convencê-lo:

— Rodrigo, por favor, ouça o que estou dizendo. Cuide primeiro dos seus ferimentos. As queimaduras são graves, você não pode esperar!

Mas Rodrigo não deu ouvidos às palavras de Melissa. Tudo o que ele queria saber era se Agatha estava bem.

— Agatha... eu preciso ver Agatha... — Ele repetia, como se aquelas palavras fossem a única coisa que o mantinha consciente.

Cada vez que ele chamava por Agatha, era como uma faca cravando mais fundo no coração de Melissa. Ela deu alguns passos para trás, seus olhos começando a se encher de lágrimas.

Rodrigo havia se arriscado no meio do fogo para salvar Agatha. Agora, mesmo à beira da morte, tudo o que importava para ele era a segurança dela. Ele não entendia que seu comportamento doía mais em Melissa do que qualquer outra coisa poderia doer.

Nesse momento, Agatha apareceu correndo pelo corredor. Ela se aproximou da maca e segurou a mão de Rodrigo com força.

— Rodrigo, está tudo bem. Eu estou aqui, estou bem. Você precisa se concentrar em se recuperar. Eu vou esperar por você!

Com apenas algumas palavras, Agatha conseguiu acalmar Rodrigo, que finalmente concordou em ser levado para a sala de cirurgia.

Logo em seguida, um dos médicos trouxe o formulário de consentimento para a cirurgia.

— Quem é o responsável pelo paciente? — Perguntou ele.

Melissa levantou-se instintivamente, mas Agatha foi mais rápida. Ela pegou o documento da mão do médico e declarou com firmeza:

— Eu sou a mãe dele, pelo menos no papel. Tenho autoridade para assinar.

Depois de assinar, Agatha lançou um olhar triunfante para Melissa.

Era verdade. Melissa e Rodrigo tinham um casamento escondido. Nem mesmo naquele momento ela tinha o direito de se declarar como esposa dele.

Por outro lado, Agatha, como madrasta de Rodrigo, tinha toda a liberdade para estar ao lado dele, usando essa ligação para garantir seu lugar em sua vida.

Ninguém sabia que Melissa era a esposa de Rodrigo. Às vezes, até parecia que o próprio Rodrigo se esquecia disso.

Melissa sentou-se em um banco no corredor, com os olhos baixos e o coração em pedaços.

Agatha se aproximou dela e, com um tom provocativo, disse:

— Você já viu com clareza, Melissa. O lugar que eu ocupo no coração do Rodrigo é algo que ninguém jamais poderá substituir. Ele está disposto a arriscar a própria vida por mim. O casamento de vocês não passa de uma fachada para encobrir o que existe entre nós dois. Eu quis que você visse tudo isso para o seu próprio bem. Agora você pode desistir completamente e parar de alimentar qualquer ilusão sobre ele.

Melissa fechou os olhos, lutando contra as lágrimas que ameaçavam cair. Com a voz trêmula e cheia de dor, ela perguntou:

— Você gosta de vê-lo arriscar a vida por você?

Agatha deu de ombros e respondeu:

— Eu só quero que ele continue provando o amor que sente por mim. Assim como eu estou disposta a dar minha vida por ele.

Melissa não conseguiu conter a pergunta que ecoava em sua mente:

— Se você o ama tanto, por que o abandonou para se casar com o pai dele?
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