POV: Kael
Duas semanas. Cada dia era um lembrete amargo da minha tolice. Rejeitar Ayra, a mãe do meu filho, que eu nem sabia que tinha, foi o maior erro da minha existência. A imagem dela, com os olhos marejados e o corpo tenso de dor, me assombrava em cada amanhecer e em cada pôr do sol. Eu estava longe do meu vilarejo, vivendo como um exilado autoimposto, e a alcatéia das sombras, com seus próprios desafios, não era meu campo de ação. Aruk, com sua força tranquila e seu posto de Alfa, era quem guiava essa matilha.
Minha vida se resumia a uma rotina solitária de caça e reflexão. Eu não podia simplesmente aparecer e esperar que Ayra me recebesse de braços abertos. A confiança que eu quebrei era um muro intransponível, e eu precisava encontrar uma forma de começar a derrubá-lo, tijolo por tijolo.
Decidi que, mesmo à distância, eu poderia demonstrar meu arrependimento. Comecei a enviar suprimentos para Ayra e Lucian. Não diretamente, claro. Encontrava maneiras de deixar na porta da