POV: Ayra
Seguimos pela floresta em um silêncio que não era exatamente confortável, mas também não era hostil. Os galhos rangiam acima de nós, o farfalhar das folhas denunciava pequenos animais se movendo à noite. A cada passo, o som dos tambores na vila se tornava mais distante, substituído pelo canto suave dos grilos.
Aruk caminhava à frente, atento, os olhos percorrendo o chão e as árvores como se lesse sinais invisíveis para mim. Eu tentava imitar sua atenção, mas era difícil ignorar o peso da presença dele. Mesmo quando não me olhava, eu sentia como se estivesse sob constante vigilância.
De repente, ele ergueu a mão, indicando que eu parasse.
— O que foi?
perguntei, tentando enxergar.
Ele não respondeu de imediato. Aproximou-se de um arbusto baixo e afastou alguns galhos com cuidado. Lá estava: o cervo branco. A pelagem dele refletia a luz da Lua, e os olhos, de um dourado vivo, nos observavam com uma calma quase humana.
— Não faça barulho.
A voz dele soou mais baixa, qu