Capítulo 3

                                               A Ladra de Corações

Jennifer ficara mais tempo do que havia planejado. Ela representava sua mãe com perfeição — Mamãe anda curtindo sua eterna juventude. Não sei quando vai acabar a lua de mel deles — disse arrancando risadas — O Brasil sempre muito gentil e hospedeiro com nosso povo, pena que no meu país não seja assim. Minha mãe faz questão de ampliar os negócios no Brasil para gerar mais empregos. Meus projetos não serão diferentes, principalmente pelo Nordeste, nos lugares humildes, onde os governantes ignoram seu povo — se afastou sendo seguida por uma multidão.

Depois de algumas horas partiu para o hotel.

— Lucy, peça um Cristal Orfèvre 2002. Mande entregar no meu quarto.

Lucy estava cansada e precisava ficar horas na banheira.Viu que Jennifer não aparentava nenhum cansaço físico ou mental — Precisa de mim, senhorita? Posso ir para o banho?

— Só não se esqueça do nosso champanhe — Removia a maquilagem delicadamente diante do espelho, pensando que poderia sair na noite carioca e fazer tudo que sentisse vontade. Desejava as mulheres bonitas e encantadoras do Brasil. Havia dispensado todas as companhias possíveis que poderia ter naquela viagem — Te dou o direito de um banho comigo.

— Eu? — Então era verdade que o convite era para ela.

Jennifer tirou a roupa desfilando nua com aquela visão linda da noite carioca segurando duas taças — Direto de Ibiza para essa noite.

Lucy podia afirmar que sentira um prazer inexplicável com suas palavras meigas e sedutoras. Iria beber o champanhe mais caro do mundo com ela. “Deus! Fui a escolhida! ” — pensou.

Às vezes era bom se iludir por pensamentos loucos. Porque estava louca mesmo! O que estava acontecendo com ela? Nunca havia sido tocada por uma mulher. Sabia que Jennifer era aventureira e dilacerava corações. Sua perversidade pelo sexo era fora do comum, tinha presenciado alguns momentos íntimos de Jennifer em festas que às vezes lhe tirava o sono por semanas — Preciso ir ao toalete — disse nervosa. Não sabia o que pensar, a única certeza que tinha diante seus olhos era que Jennifer tinha um poder de sedução em qualquer ser humano. Pensou em seu emprego e entrou em pânico. Era o melhor emprego do mundo. Se não correspondesse aos seus desejos, o que fazer?

Jennifer a segurou pela cintura — É só dizer pare — ela a beijou sentindo o champanhe em sua língua inquieta — Não faça nada que não queira, se desejar  pode  voltar  para  o  seu  quarto. “Como posso?.” — admirava Lucy nua segurando à taça próxima a boca.

— Eu...— estava excitada demais para ser idiota — Eu quero! — durante o tempo que esteve em seus braços esqueceu-se de tudo que já viveu com alguém, ela era selvagem e voraz.

Na manhã seguinte, Lucy acordou sentindo uma perna em suas costas e virou a cabeça para o lado vendo Jennifer dormir — Meu Deus! — tentou se levantar sem acordar Jennifer. Como desejava exibir aquele momento. Rapidamente se desfez dos pensamentos.

— Estou faminta! — murmurou Jennifer sem abrir os olhos.

— Eu vou providenciar seu café. Quero que saiba...

— Lucy, não tem que falar nada.  Somos adultas. Vamos tomar café e voltar para casa. Veja as notícias do evento — saiu da cama exibindo seu corpo invejável seguindo para o banheiro. Retornando minutos depois de banho tomado.

— Tem razão! Isso nunca voltará a acontecer — pensou ligando para recepção do hotel.

Durante o voo de volta para Nova York, Lucy não conseguia olhar Jennifer. Desejava saber o que ela pensava. Poderia estar apenas olhando as nuvens ou no Cristal Orfèvre 2002 que degustava em silêncio — Pousaremos em 15 minutos — pensou que não fosse conseguir informar o tempo que faltava para pousar. Um fogo queimava entre suas pernas, tinha medo que alguém percebesse que apertava as pernas cruzadas com força. — “Meu Deus!”

 — Obrigada! — Jennifer segurou a mão de Lucy — Nada mudou entre nós. Você é minha secretária favorita — tentou tranquiliza-la percebendo sua aflição — Não confirme minha presença no aniversário do Senador Galbe.

— A festa é hoje!

— Sim! Caso resolva ir, não preciso de nome na lista.

De noite Jennifer decidira ir ao aniversário do amigo. Olhava seu closet procurando um belo vestido. Não tinha dificuldades para se arrumar, pegou um vestido aleatório, colocou um salto e se produziu — Madalena o carro está pronto?

— Sim! — acompanhou sua patroa até o carro onde o motorista estava esperando com a porta aberta — Divirta-se!

Ela sorriu entrando no carro — Pode deixar! É o que sei fazer de melhor. O Senador Galbe ficara surpresa ao ver Jennifer atravessar a porta principal seguindo a sua direção.

— Que surpresa agradável Jennifer.

— Não poderia deixar de prestigiar esse momento comemorativo do amigo — olhou rapidamente para sala percebendo que os políticos e juízes estavam com suas esposas e filhos no mesmo ambiente.

— Venha! — a conduzia até os amigos. —Vejam quem veio!

— Boa noite! — Jennifer os cumprimentava com um sorriso, apertando as mãos dos convidados os quais ela já os conhecia muito bem.

— Como vai Jennifer? — Larissa havia saído uma vez com ela e pelas informações passadas poderia ter uma chance com Jennifer — Esse é o meu esposo, o Deputado Dalton.

O Deputado sentia que o corpo ardia. Sua mulher não poderia imaginar que já conhecia Jennifer intimamente. Sua mente foi rapidamente na noite em que ela acabou com ele na cama e nunca mais conseguira se aproximar dela.

— Como vai? Larissa fala muito de você. Se conhece de onde?

— Espero que bem. Tive o prazer de encontrá-la numa festa de uma amiga em comum— comentou se afastando para falar com Michele, a esposa do Juiz William — Como vai? — Michele arregalou os grandes olhos verdes.

— Jennifer! Eu... Que surpresa!

— Desculpe. Não era minha intenção assustá-la...

— William está comigo. Eu...— precisava ir a algum lugar longe de todos— Me acompanhe — saiu discretamente sendo acompanhada em seguida por Jennifer que admirava seu rebolado até uma sala mais reservada. Era uma mulher exuberante.

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